Nossos avós já diziam – “Quem casa, quer casa.” Mas esse ensinamento das gerações passada não tem se mostrado muito eficaz nos dias de hoje. Será que casamento de verdade implica em dividir o mesmo teto e o mesmo cobertor?
Pra chegar nesse raciocínio, precisamos cavocar mais fundo:
CASAR É PRECISO?
Alguém um dia inventou, que amor se garante com contrato e anel do dedo. E a gente se acostumou tanto com essa ideia, que raramente paramos pra pensar em quão bizarro é esse hábito. É como comprar uma casa, um carro – precisa de assinatura e até de testemunha. Mas, no final das contas, isso garante alguma coisa?
Dá pra entender, que no passado, se não tivesse assinatura e o relacionamento acabasse, não tinha divisão de bens justa. E as mulheres, que geralmente não trabalhavam fora, se davam muito mal nessa história. Mas hoje, com todas as leis que reconhecem união estável, não é preciso papel passado pra cada um ter seus direitos se o casamento não der certo.
Mas então, porque diabos, continuamos com essa história de contrato mesmo?
DIVIDIR A PASTA DE DENTE É MUITO AMOR!
Certo. Vamos considerar que o raciocíno acima não te convenceu e você acha super importante selar seu amor com testemunhas, papel passado, casa e conta conjunta. Ainda vale dar uma questionada nos moldes e imposições que nos fazem pensar que casar e morar em casas separadas é coisa de gente doida.
O ideal de amor romântico que surgiu lá trás e que perdura até os dias de hoje afirma que duas pessoas que se amam devem estar juntas 100% do tempo – o que, digamos de passagem, é uma afronta a nossa sagrada individualidade. Viver muito perto de alguém pode ser sufocante, daí o numero exagerados de divórcios que presenciamos todos os dias.
Uma situação muito comum entre casados ou pessoas que moram juntas: Eles acordam juntos, vão para seus respectivos trabalhos. Ela (ou ele) chega em casa um pouco antes, faz suas coisas e ele logo volta do trabalho. Ela está carente de conversas e quer toda a atenção dele. Ele está com a cabeça cheia de tanta cobrança, a Marginal estava a visão do inferno no quesito trânsito e o que ele mais gostaria de fazer é tomar um banho e ficar quieto, sem escutar ninguém pronunciar seu nome por pelo menos 2 horas. Mas ela quer contar sobre as novidades do trabalho. E fica sentida porque ele não está dando atenção que ela queria. Ela vai ver TV e quer dormir cedo. Ele quer ver mais TV, transar e dormir tarde. Os dois vão dormir insatisfeitos.
Esse é só um exemplo de situação diária que quem vive em dupla tem de enfrentar. E nenhum dos dois é culpado – apenas são duas pessoas diferentes, com gostos e necessidades diferentes. Às vezes o amor é muito sincero, mas as imposições de ter que conviver 100% do tempo com outra pessoa, acabam arruinando tudo. Não dá nem tempo de sentir saudade. É igual quando moramos com nossos irmãos. Podemos amá-los mais que tudo, mas eles sempre vão receber as maiores patadas, porque estão sempre presentes. Só que irmão é irmão pra sempre, já marido ou esposa…
CALMA! TEM SOLUÇÃO PRA TUDO!
Uma alternativa que muitos casais estão adotando é morar em casas separadas. É claro que isso envolve um pouco mais de independência econômica, porque não tem como dividir as contas. E quando entra filhos na jogada, complica mais ainda.
O modelo perfeito na minha visão seria: Vocês moram perto ou muito perto, do tipo cada um em um andar do prédio. Cada um com a sua casa, suas coisas e seu tempo. Podem passar o tempo que quiserem juntos, mas cada um sempre tem pra onde voltar quando bate aquela vontade de ficar sozinho. Se bater a saudade forte, vale combinar – “estou de mudança pra sua cama por um mês”. Dá pra continuar dormindo de conchinha quando quiserem, mas com uma deliciosa diferença – não tem obrigações na jogada.
Além de tudo, tem aquelas adaptações nem sempre prazerosas, que morar junto implica. Você não vai ter mais que sentir arrepios de raiva toda vez que ele fizer a barba e deixar cair pelos no seu piso branquinho. Ou não vai ter que ter sua pia do banheiro dominada por produtos rosas ou ter que ver absorvente embrulhado no lixo uma vez por mês. A gente acha que isso é futilidade, mas essas coisas pequenas também contribuem para o seu saco encher cada vez mais.
Viver em casas separadas proporciona a leveza de estar em um namoro eterno – e dá pra preservar o compromisso, sem abrir mão da liberdade. Mas queira você simpatize com a ideia ou não vale questionar se acredita mesmo nesse modelo enraizado na sociedade ou se só está seguindo o padrão dos seus pais e avós. A escolha pode custar sua felicidade. E o amor da sua vida.
Quem concorda? Queremos ouvir sua opinião!