• Por um Mundo Com Mais Meias Sete-Oitavos
  • Por um Mundo Com Mais Meias Sete-Oitavos


    por Juliana Manzato

    Toda mulher tem o lado mulherzinha, algumas até demais. São tão mulherzinhas, que acabam ficando “inhas”, e eu explico.
    A mulherzinha é delicadinha, é arrumadinha, engomadinha, engraçadinha, namoradinha, esposinha, capachinho e faz tudo muito certinho.  Aham, mulherzinha! E desde quando o mundo é certinho para você seguir regrinhas?  Que as regras sejam quebradas, as mulheres não precisam delas. Ou ainda não perceberam que a nossa classe anda sendo representada com os mais diversos tipos de mulheres? De Valeska Popuzuda à Carolina Ferraz.

    O mundo mudou e a mulher também.  Nós trabalhamos, nos tornamos independentes financeiramente, saímos com as amigas para beber, vamos tanto ao campo de futebol, como para a “caça”. Tomamos a iniciativa de chegar nos homens, optamos (e defendemos) a solteirice, já começamos a detestar DR, trocamos a “dor de cabeça” pelo sexo com muito mais frequência. A prioridade não é mais casar e ter filhos, é ter uma vida estável para aí sim, arrumar um marido e ter filhos, ou simplesmente optar pelos filhos sem um marido, ou ainda não ter filhos (Por que não?).

    Acabamos nos tornando seres parecidos como os homens – só que em cima de um salto 15. Perdemos um pouco da noção do que significaca ser realmente ser mulher. Somos mais cautelosas ao amar, construímos muros, fechamos portas e colocamos cadeados no coração. Esquecemos o quanto é bom ser o sexo frágil, ser cuidada.

    “Nenhum homem vai se aproximar de novo”, “Cupido, saia daqui! Você errou mais uma vez”, “Não quero mais relacionamento” ou a típica “Ninguém quer nada sério”. O mundo virou um clichê e ninguém me avisou? Será que realmente queremos relacionamento? Será que realmente ser auto-suficiente é legal? Já acostumamos a trocar lâmpadas, levar o carro no mecânico, ter uma vida multifuncional, a fazer coisas que antes eram totalmente voltadas para o universo masculino.

    Infelizmente, já estou concordando com os homens em algumas coisas: para quê conquistar alguém que não quer ser conquistada? Que não gosta de flores por que elas morrem? Que quando ganham chocolates falam que estão gordas? Ou que quando são convidadas para jantar, insistem que estão gordas? Para quê conquistar uma mulher que quer uma jóia depois de 3 meses de relacionamento? Ou que só quer caras com a vida ganha? Para quê conquistar uma mulheres acostumada a ir para balada no “combo” quinta a domingo + biritas + dançinhas + enfiar o pé na jaca como se não houvesse amanhã? Por quê?

    Somos complicas sim e essa complicação, tem um nome: falsa modernidade. Criamos essa bagunça toda, com a intenção de reaprendermos a achar legal ganhar flores, chocolates, sair pra jantar, comer um monte de besteiras com o namorado, a querer colo depois de um dia difícil, ter uma pessoa do lado e entre tantas outras coisas. A intenção é reaprender a ser amada, mas conquistamos tantas coisas boas com essa nossa falsa modernidade não? Por que voltaríamos atrás?

    Ser amada ainda é simples, é se jogar no mundo, na vida, é deixar as coisas acontecerem. É deixar cobrança, desentendimentos, o lado “durona” pra lá e simplesmente curtir. Cada mulher cria sua forma ou fórmula para ser amada. Não precisamos ser “inhas”, precisamos simplesmente sermos mulheres. Cumprir bem o nosso papel já basta, o resto… deixe para os homens, eles ainda sabem  o quê fazer.

    Que possamos viver eum um mundo sem muros, com novas rotas, sem complicação, com mais chocolates, flores e jantares, com gentileza, AMOR e claro, mais meias sete-oitavos.

    Para fins de direitos autorais de imagem declaro que as fotos usadas no post não são de minha autoria e que os autores não foram identificados.


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