• Joguinhos Amorosos – Até Quando?
  • Joguinhos Amorosos – Até Quando?


    Nunca consegui entender bem se as mulheres continuam fazendo joguinhos amorosos porque os homens cedem, ou se os homens cedem porque não vêem outra opção – preferem aguentar essa chatice do que ficar sem mulher. Minha dúvida persiste há tanto tempo, porque um dos meus passatempos preferidos nas baladas é observar pessoas. E a história é sempre a mesma: ele seca. Ela retribui como quem não quer nada. Olha de volta como se estivessem olhando o quadro que está atrás dele, o deixando completamente confuso. E ele decide arriscar e se aproxima. Ela esnoba. Faz cara de rainha. Ele tenta, insiste, vai, volta. E no final, depois de muitas horas de drama digno de novela mexicana, ela permite que ele lhe tasque um beijo. Agora, eu pergunto? Por que só no final?

    As mulheres que gostam desses joguinhos dignos de meninas do 5o ano descobrindo o poder de manipular garotos, são as responsáveis por um desperdício de tempo precioso. Ela não quer, mas também não deixa o cara ir. Fica ali cozinhando o coitado, dando chances, distribuindo sorrisos de canto de boca. Ele, que nunca aprendeu a ler sinais das mulheres porque elas sempre fazem questão de não serem claras, não sabe o que fazer. Se fica, corre o risco de ser o chato. Se vai, é o frouxo. E assim, os dois seguem no eterno processo de perda de tempo. Deixam de conhecer pessoas legais e que sabem o que querem, pra ficar brincando de faz de conta.

    O fato é que a mulher, desde os primeiros minutos de papo, sabe se o cara interessa. Na maioria das vezes ela traça as probabilidades de sucesso do sujeito logo de cara. Mas mulher gosta de massagear o ego como ninguém. Adora ouvir que é linda, que tem os olhos mais bonitos da balada toda, que tem um sorriso difícil de resistir  – mesmo sabendo que ele falaria isso pra qualquer uma em troca de sexo ou até mesmo de uns beijinhos. E justamente por isso, baladas costumam ser antros de gente perdida, que não sabe o que procura, que gasta tempo com coisas que não valem a pena. Se um dos maiores objetivos na vida de todo mundo é encontrar e ser encontrado, porque então não facilitar as coisas?

    Tudo culpa de quem um dia disse que o difícil é sempre melhor. Essa frase faz sentido pra algumas coisas da vida, mas o criador da ideia esqueceu de avisar que pros relacionamentos, não tem eficácia alguma, a não ser atrair pessoas manipuladoras pra sua vida. Porque quem valoriza mulheres que fazem joguinhos, muito provavelmente também jogam. E aí o jogo vira – quem um dia manipulou, acaba, cedo ou tarde, sendo manipulado também. Esse é o único lado justo da história.

    Tenho dó dos homens por terem que enfrentar esse martírio, mas também acho que eles têm uma certa culpa. São culpados porque dão bola, porque insistem, porque dão confiança. Se todos os homens, ao primeiro sinal de c* doce, saíssem andando e deixassem a rainha, que acredita que precisa ser cortejada, falando sozinha, tenho certeza que as coisas mudariam. E iria ser impagável assistir a cena: Ele olha. Ela olha de volta. Ele sorri. Ela dá um sorriso de canto de boca. Ele se aproxima. Ela finge que nunca olhou para ele. Ele solta um “com licença” e ela automaticamente ativa sua cara de “te conheço” que não dura muito, porque ele, cheio de atitude, completa: “Me dá licença porque você está atrapalhando minha troca de olhares com aquela mulher linda  do outro lado.” Tenho certeza que ia funcionar. Palavra de mulher.

     Para fins de direito de imagem, a foto usada não é de minha autoria e os autores não foram identificados.

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