• Outro Tipo de Amor À Primeira Vista
  • Outro Tipo de Amor À Primeira Vista


    Menina doce. Esse gosto nos lábios que a gente sabe distinguir bem. Tem um ritmo interessante também. Um pouco lenta, um pouco rápida. Sabe manusear os movimentos de uma forma que bailarina nenhuma colocaria defeito. Me arrematou de primeira quando a luz da boate acendeu. Primeiro era só a sombra dela e uma silhueta gostosa de se ver. Bunda empinada pra não botar defeito nenhum e seios durinhos no alto dos seus vinte anos de idade. Depois apareceram o rosto, as pernas torneadas, o sorriso de comercial de TV e aqueles cabelos castanho-claros que combinavam com os olhos verdes. Olhos selvagens de quem procura diversão e uma paixonite à toa pra se divertir por aí. Uma mulher pra marmanjo babar.

    E não me deu a mínima. Engraçado isso, porque todas elas dão. Foi olho no olho, cara-a-cara e pronto! Consegui pagar um drink e arrastar aquela guria pro meu carro no estacionamento da balada. Ela é diferente das outras. Não tira os olhos de mim de jeito nenhum. Sabe como me encarar e manter um sorriso sacana no rosto enquanto eu não sei o que fazer direito. Cabelos sedosos e a minha mão se perdendo por entre fios e mais fios embolados. Ela gosta desse tipo de carinho enquanto me provoca. Acho que ela foi meu grande divisor de águas. Um homem quando encontra uma mulher assim não larga por nada, me disseram uma vez. Mas eu sempre fui canastrão demais pra acreditar em alguma coisa que passasse perto dessa idéia de amor ou algo do tipo. Dessa vez é diferente: ela tem tudo aquilo que é preciso pra me ter nas mãos. E me tem.

    Um homem desses falando de amor enquanto fecha os olhos pra sentir o gosto dela. Dá pra ouvir a risadinha e o calor do corpo dela por perto. Sabe, esses olhos me dizem mais do que uma conversa informal de algumas horas. Ela quer diversão. Vai ser difícil convencê-la do contrário. Mas não quero que isso se acabe logo. Quero ficar aqui parado, de olhos fechados imaginando uma história inteira de situações diferentes onde ela seja a personagem principal. Minha mocinha chata, vilã perspicaz, mulher da minha vida. Que seja as duas então, porque uma mulher dessas não foi feita pra ser personagem secundária em lugar algum. Mas eu sei que quando a porta do meu carro abrir de novo, ela vai passar o batom, arrumar o cabelo, me dar algum beijo digno de filme pornô e ir embora.

    Um gemido baixo e um suspiro pesado. E o meu mundo imaginado por trás dos olhos fechados finalmente explode e se desfaz. Ela ainda me tem nas mãos, nos lábios e em todo o corpo agora. Me dá um sorriso de satisfação e um beijo de canto de boca. Bom trabalho, menina. Mas eu não consigo tirar os olhos dela. Se despede e fecha a porta. Volta logo, menina. E pra quem nunca acreditou nessas coisas, até que amor a primeiro boquete é um tanto quanto romântico pra mim.


    " Todos os nossos conteúdos do site Casal Sem Vergonha são protegidos por copyright, o que significa que nenhum texto pode ser usado sem a permissão expressa dos criadores do site, mesmo citando a fonte. "