Muito se fala sobre o famoso sexo virtual – mas será que ele realmente funciona? Como fazer? É possível sentir prazer dessa forma? Para descobrimos, fomos atrás de uma especialista no assunto – uma garota que possui um site onde oferece shows de strip online, entre outras coisas. A nossa colunista Lasciva a entrevistou e reuniu aqui detalhes que você precisa saber caso queira experimentar a modalidade:
Sexo Virtual Para Valer
A tecnologia encurta distâncias. Manter contato com pessoas afastadas já não é problema, considerando a quantidade de softwares, páginas da web e aparelhos que permitem a interatividade via chat. Podemos nos relacionar com gente do outro lado do mundo, de forma até bem íntima. O avanço tecnológico está tornando o sexo virtual cada vez mais recorrente e acessível. Não à toa, o site camzap.com, que oferece conversas com estranhos pela webcam, aparece na lista dos 100 endereços mais populares de toda a internet, divulgada pelo Google em 2010.
Milhares de pessoas, mundo afora conseguem lucrar com a demanda de sexo pela web. É o caso de Sofia, que criou seu próprio site www.garotaparaprograma.com, onde oferece shows online, de strip e muito mais. Antes de começar a trabalhar como stripper virtual, a garota já tinha o fetiche de se exibir para a câmera, em conversas picantes com rapazes que conhecia na internet. Certo dia, um amigo lhe contou que ela poderia cobrar para fazer o que ela e os internautas tanto gostavam. Com isso, conheceu uma imensidão de sites que oferecem garotas ao vivo. Encontrou maneiras seguras de pagamento online e investiu no que fazia, como uma forma de complementar sua renda. Ela diz sentir prazer no que faz: “Fui gostando cada vez mais. Adoro. Quando faço é para eu me divertir, brincar, curtir”.
Há pouco mais de doze meses dançando para a webcam, a jovem de 22 anos recebe, atualmente, cerca de 20 emails diários com pedidos de shows. O trabalho na internet não é ainda a sua única fonte de renda, mas ela considera que está rendendo bons lucros. Recentemente, decidiu em investir em um site para assinantes, onde deixará vídeos disponíveis para os clientes poderem te assistir a qualquer hora.
Sofia assume que as apresentações que promove alimentam sua vaidade. “Gosto de sentir o olhar de desejo do outro sobre mim. E de me ver na tela, me sentir bonita. Sempre gostei de provocar, para ver até onde o outro vai aguentar, até onde aquilo chega”, confessa. Em seu site, a garota oferece variadas opções de apresentações virtuais, incluindo masturbação, uso de vibradores e bolinhas tailandesas. “Eles ficam loucos mesmo com penetração anal”, revela.
Como fazer
Em uma conversa com Sofia, a stripper virtual, trocamos algumas ideias sobre o que ajuda a tornar o sexo na web mais excitante. Seja na hora de esquentar o namoro à distância, matar saudades do maridão que está longe ou provocar um rapaz que acabou de conhecer na internet, a ação acaba sendo muito parecida.
O ideal é a garota deixar a vergonha de lado. Criar um clima ajuda a ficar à vontade. Por isso, é bom cuidar dos preparativos e fazer uma bela produção do visual. Ver-se bonita na câmera vai te faz sentir mais preparada. Dá tesão assistir a uma mulher segura do próprio corpo. Por outro lado, quanto mais relaxada você estiver, mais prazer conseguirá obter no momento. Uma amostra de autoconfiança é um ótimo atrativo para o observador, do outro lado da câmera. A stripper dá a dica: “é importante você se sentir bem e gostar do que vê na tela. Porque quando você está gostando, a pessoa do outro lado provavelmente também vai gostar”.
Sofia conta com roupas próprias para os shows – lingeries sensuais, algumas fantasias, perucas. Até uma camiseta branca, bem justa, pode ser sexy. Antes de aparecer na câmera, ela se maquia, arruma o cabelo cabelo, prepara a iluminação do recinto. Se estiver de noite, é interessante buscar uma luz direcionada para o seu corpo, que pode ser de uma luminária ou abajur. A qualidade da imagem da webcam é bem baixa, por isso é fundamental cuidar da luminosidade ambiente.
A stripper gosta de diversificar os ambientes em que se apresenta – sobre a cama, no chuveiro, na banheira do motel. Se vai fazer o show de pé, coloca, ao seu lado, uma cadeira de apoio. Além dos cuidados com o corpo e alimentação, Sofia considera unhas feitas um toque essencial. O olhar do outro é guiado principalmente com as mãos. O contraste provocado pelo esmalte realça as partes do corpo tocadas no momento de se exibir na webcam. Uma coisa que pode funcionar é o gesto de espalhar creme hidratante pelo corpo – além de ser uma cena bonita de se ver, destaca a pele e ressalta as curvas da mulher.
Uma boa música ajuda a relaxar, conduzir os movimentos, pautar a atitude e manter o clima. Quando toca um som sexy, de que gostamos, o rebolado surge naturalmente. “Às vezes ponho um funk safado, outras vezes um rock’n roll. Alguns caras querem ouvir apenas o som dos meus gemidos”, relata Sofia. Ouvir o som do sexo também excita. A garota conta que eles gostam quando ela se solta, geme à vontade e fala safadezas. “Você tem que se conhecer, se tocar, curtir o que está rolando. Eu considero o sexo virtual uma forma de autoconhecimento. É um momento em que está ali, antes de tudo, consigo mesma. Se você consegue se dar prazer, é capaz de provocar também o prazer do outro”.
Para quem não tem experiência, é recomendável ensaiar e se assistir. Isso lhe permite descobrir o que funciona melhor, que ângulos favorecem o seu corpo. Repare que partes ficam mais bonitas em close – como boca, seios, bumbum empinado. Há quem adore assistir aos pezinhos se mexendo bem perto da câmera. Ao treinar, você consegue testar como se posicionar e se mover à distância. Quem ainda não tem muita desenvoltura, deve gesticular lentamente, tentando seduzir com os movimentos. Sem pressa. “Gosto de fazer alguma coisa bem sensual, incitar bastante antes de começar a tirar a roupa”.
Com poucos recursos, é possível conectar o computador na televisão. Assim, a garota tem a visão mais clara da sua própria imagem e consegue posicionar a câmera de outro ângulo. A solução torna mais fácil encontrar as melhores posições, durante o sexo virtual. “É ótimo, facilita um monte”, opina Sofia sobre o artifício da tevê, “mas quem não tem o recurso, improvisa como dá”.
Sexo virtual é capaz de atiçar o voyeurismo, o prazer do olhar, de contemplar e imaginar. Homens são extremamente visuais. Insinuar-se para eles alimenta as fantasias a seu respeito. O tesão em torno da expectativa, a instiga, contribui para tornar o encontro real ainda mais quente. Sofia admite que se sente excitada só de ver o olhar do outro, tomado de tesão, ao te admirar. No entanto, acrescenta que, apesar de considerar uma diversão estimulante, o sexo virtual é apenas um aquecimento para o que pode vir a seguir.
Riscos
O ambiente virtual torna mais também fácil tentar ser o que não é. Por isso, antes de se envolver com alguém pela internet, recomenda-se atenção redobrada. Muitas são as histórias de quem entra numa roubada por um envolvimento na web, você também deve conhecer alguma. Ano passado, um garoto de 17 anos veio da Suécia para conhecer a namorada e descobrir que a menininha de 12 lhe contou umas boas mentiras. Desiludido, ele ainda teve que ficar preso no aeroporto de Salvador, por ser menor de idade viajando sozinho. Um exemplo da mais pura ingenuidade, que poderia terminar bem pior.
Antes de encontrar alguém conhecido via web, é importante buscar as referências sobre quem é aquela pessoa. Conferir se tudo o que o outro disse é realmente verdade, questioná-lo sobre todas as dúvidas que tiver a seu respeito e até falar das preocupações quanto à sua segurança. É recomendável marcar em locais públicos e movimentados, de preferência um lugar conhecido. Sofia, que também faz programas com alguns homens que seleciona, diz que sempre vai a um motel onde a conhecem, como forma de se resguardar. Na hora de se exibir para desconhecidos, recomenda não mostrar o rosto – nunca se sabe aonde aquelas imagens podem parar.
Há quem use sexo virtual para alcançar algo que não consegue no dia a dia. A internet comporta um público de milhões de pessoas ávidas por sexo. Então meninas encontram no exibicionismo a atenção alheia, certas vezes inexistente no seu cotidiano. A stripper conta que alguns de seus clientes buscam mais do que um mero showzinho, querem estabelecer uma relação com uma mulher – coisa que pessoalmente é uma dificuldade de atingir.
Na internet, não há a consumação do ato, mas uma sugestão. A culpa de buscar sexo fora do relacionamento também acaba sendo menor. A rede social Ashley Madison é voltada para pessoas casadas que buscam relacionamentos sem compromisso. Com o slogan “A vida é curta. Curta um caso”, o site reúne mais de 170 mil brasileiros. Um terço são mulheres, cuja maioria afirma querer se vingar de uma traição. A maior parte dos homens diz estar ali para procurar uma fuga à rotina do dia a dia. Sofia conta que é muito procurada por homens casados “já aconteceu de me pedirem para tirar o áudio, porque a mulher estava em casa”.
Há quem considere que o sexo virtual com outra pessoa fora do relacionamento, por não haver o toque e a troca de fluidos, não seria adultério. De tão parecido com o consumo de uma simples pornografia, algumas pessoas nem consideram o contato virtual uma forma de relacionamento. Fica aqui a questão para os leitores responderem nos comentários: sexo pela internet pode ser traição?