• Pelo fim das tampas das panelas –  e pela ascensão das goiabadas com queijo
  • Pelo fim das tampas das panelas –


    e pela ascensão das goiabadas com queijo


    Sempre achei triste a história de procurar a tampa da panela, porque se só existe uma tampa pra cada panela do mundo, então que saco… As chances de uma metade encontrar a outra em alguma esquina desse mundão seriam desmotivadoras. A brincadeira seria daquelas que, de tão difíceis, nem dá vontade de brincar.

    Prefiro então dizer que somos como queijo e goiabada. Diferente da panela que perde sua funcionalidade sem a tampa, essa mistura gastronômica somente potencializa o lado bom dos ingredientes. O queijo sem o doce ainda continua incrível. O doce sem o queijo ainda é sensacional. Mas a junção dos dois cria um sabor absolutamente novo, que surge cada vez em que você morde um tequinho de cada. A junção não faz deles menos importantes, mas exalta o que cada um tem de bom. Se separados eles caem bem, juntos dá vontade de lamber os dedos.

    Então, digo sem peso que encontrei minha goiabada. Não que outros doces não serviriam – o queijo é bom com doce de abóbora, de figo, de carambola. Mas, pra mim, é especialmente bom com a goiabada. E pra isso, eu não preciso deixar de ser salgada e nem você de ser doce. Nossos sabores se completam.

    Porque a vida é incrível de qualquer jeito, mas se torna incrivelmente melhor quando temos companhia. Quando se acha alguém com quem dividir bons momentos. Mostrar foto é legal, mas ter alguém do lado presenciando aquele momento único com você é impagável. E, por isso, não tenho pretensões de que você não queira se juntar a outros ingredientes durante a vida. Se o sabor deixar de ser bom, outras misturas precisam ser feitas. Não, não quero juras de uma combinação eterna. Amor, quando não cuida, é perecível.

    Mas enquanto o gosto descer incomparável pela garganta, te quero comigo.

    Vem, que juntos somos melhores. Que com você a palavra parceria faz sentido. Que com você o brilho nos olhos é mais forte. O sorriso sai mais fácil. A boca beija pedindo bis. O cafuné brota dos dedos. A pele agradece o toque. O coração não pega friagem. As borboletas procriam no estômago.  Vem assim, leve e lindo, que com você o caminho brilha mais.

    Ignoremos o prazo de validade estipulado pelos pessimistas. O amor não azeda se a gente não descuida.

    *imagem principal por Jóice Macedo

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