• Meu Marido Só Pensa no Nosso Filho  e me Deixou de Lado. E Agora?
  • Meu Marido Só Pensa no Nosso Filho


    e me Deixou de Lado. E Agora?


    Esse é um espaço para tirar todas aquelas dúvidas sobre sexo e relacionamentos que você sempre quis saber, mas não tinha pra quem perguntar. Mande email para oisemvergonha@gmail.com com o assunto Tira-dúvidas.

    Casal,

    Namoramos por poucos meses e engravidei por descuido de ambas as partes. Nós casamos por livre e espontânea vontade e felizes com a chegada do bebê. Até então o sexo era muito bom e ele tinha muita atitude, apesar de sua timidez.  Agora, nosso filho tem pouco mais se 2 anos. Depois do seu nascimento, a atenção do meu marido se voltou em excesso para o filho e, somado ao corre corre da nossa rotina, deixamos a nossa intimidade em último lugar na lista de prioridades.

    Recentemente, ele passou a demonstrar mais desejo, porém sempre coloca nosso filho em primeiro lugar. Ele evita saídas demoradas, dormir fora, fazer uma viagem curta. E até hoje não me deixou tirar nosso bebê do nosso quarto!  Ele e carinhoso e em muitos momentos infantil e, por pelos motivos citados acima, perdeu a intimidade comigo!  Estou me esforçando para estimulá-lo, mas está difícil! E agora?

    Leitora Anônima

    Querida leitora anônima,

    Tem gente que acha que  somente os homens  se sentem excluídos quando um filho chega na relação mas, como o seu exemplo mostra, nem sempre é assim. Aliás, essa coisa de ter filhos parece ser um caminho quase que óbvio na vida de muitos casais mas deveria ser diferente. Há uma ótima frase do psicanalista Francisco Daudt da Veiga que diz: “Um casal só deveria ter filhos quando a paixão passar, para que possa avaliar o amor que tem em bases mais realistas.” Ou seja, nem todo mundo está preparado para lidar com o fato de, de repente, ser responsável por um novo serzinho – é preciso muito preparo, inclusive emocional.

    Crianças são adoráveis. Basta um choro pra gente querer correr o mundo atrás de qualquer coisa que os faça parar de chorar. Basta um sorriso bobo pra quebrar qualquer mau humor. Basta um contato visual pra qualquer marmanjo se derreter e repetir o estranho fenômeno de falar com voz de criança boba. Crianças nos cativam de uma forma que a nossa vontade é mesmo parar de viver somente pra cuidar daquela coisa pequena que cabe nos nossos braços. Acontece que a criança cresce e depois é possível observar uma legião de adultos que abdicaram da vida para cuidar dos filhos – até perceberem que eles cresceram e se tornaram independente de pais que já não sabem mais como viver sem incorporar o papel de pai/mãe, já que eles passaram todos os dias de suas vidas em função do outro.

    Dito tudo isso, agora é a hora de agir antes que o que era pra ser um presente na vida de vocês, se torne o motivador do fim. Coloque seu filho no chiqueirinho com um monte de bonecos do Ben 10 e chame seu marido na chincha. Diga que se continuarem assim, além de se prejudicarem mais ainda, acabarão prejudicando aquele pelo qual seu marido daria a vida – o filho de vocês. Porque um dos maiores baques na vida de uma criança é ver aquelas pessoas que para ela eram inseparáveis, indo para lados diferentes. E, pelo rumo da coisa, se nada for feito, isso vai acontecer em breve.

    Se ele entender direito a gravidade da coisa, vai fazer de tudo para mudar a situação. Comecem criando mudanças na rotina de vocês. Primeiro de tudo – nada de filho dormindo no meio dos dois. Aliás, essa é um grande erro que muitos pais comentem – como querer ter algum tipo de vida sexual com um bebê no meio de vocês? Isso não existe. Compre um bercinho fofo e coloque no quarto do filho de vocês. Vá fazendo a adaptação. No começo vai ser difícil – o neném vai chorar, vai chorar, vai chorar mais um pouquinho mas, com paciência e amor, ele vai se adaptar. Nessas horas, controle seu marido pra não ir lá e estragar tudo trazendo o bebê pro quarto de vocês de novo. Se for necessário, dê-lhe um sonífero nas primeiras noites  (brincadeira – ou não) pra que ele durma profundamente e não ouça os choros da criança. Afinal, coração mole não resiste nessas horas – é preciso ser forte. E as mães costumam ser mais.

    Segundo – estabeleça pelo menos 1 ou 2 noites da semana para vocês. Encontre alguém que fique com o neném – avós, tios, amigos, babás, vá fazendo um rodízio. O importante é que voltem a ter tempo para se verem como marido mulher, muito além do broxante (no sentido sexual da palavra) papel de pai e mãe. É preciso reaprender a conquistar o outro porque, no momento em que a conquista acaba, aquela chama da paixão vai se apagando. Sem paixão não tem solução. Paixão em todos sentidos – pela vida, pelas pessoas, pelas coisas. Essa é uma chama que precisa ser alimentada.

    Essas duas mudanças (se vocês fizerem direito e não roubarem no jogo), vão causar transformações incríveis na vida de vocês dois. E então perceberão que será muito mais gostoso curtir o filho de vocês como um casal que se ama, e que gerou aquele fruto. É um grande desafio, mas é possível.

    Boa sorte!


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