• Meu Namorado Tem  Fetiche Pelo Próprio Esperma. É Normal?
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    Fetiche Pelo Próprio Esperma. É Normal?


    Esse é um espaço para tirar todas aquelas dúvidas sobre sexo e relacionamentos que você sempre quis saber, mas não tinha pra quem perguntar. Mande email para oisemvergonha@gmail.com com o assunto Tira-dúvidas.

    Olá Casal!

    Escrevo pois meu namorado anda com uma mania esquisita. Geralmente no final da transa eu faço oral nele até ele gozar na minha boca – não tenho problemas quanto a engolir. Acontece que de uns tempos para cá, logo depois que goza, ele vem me dar um beijo e ficamos ali compartilhando o esperma em nossas línguas. Gostaria de entender o porque disso. Cheguei até a cogitar o fato dele ter um lado gay por gostar tanto assim de esperma. Será?

    Leitora Anônima

    Querida leitora,

    Fantasia sexual não se discute. É impossível tentar entender a tara de pessoas que, por exemplo, gozam mais gostoso quando se esfregam num balão ou quando chupam os dedos sujos dos pés de alguém. As motivações desses fetiches estão muito além da nossa compreensão. Por isso, quando nos relacionamos com alguém, precisamos estar preparados para lidar com as taras do outro, que podem ser estranhas ou bizarras para a gente.

    Recentemente publicamos um texto da Bruna Grotti que fala justamente desse processo de aceitar as fantasias do outro:

    “Cada louco com sua mania, cada cofre com seu segredo, cada fetichista com sua fantasia. Escatologia, disfarces, sonhos de dominação, sexo grupal, voyeurismo, transar em lugares públicos. Que atire a primeira pedra quem nunca tentou sensualizar para o namorado vestida de enfermeira, policial ou coelhinha. Datas comemorativas são sempre boas pedidas para tentar uma surpresa dessas – geralmente fadada ao fracasso. Vocês estão no motel, já deram aquela primeira, o gozo mais viscoso foi embora. Já testaram o poder de amortecimento do colchão redondo, já acenderam e apagaram todas as luzinhas daquele quarto, já leram todo o cardápio e riram da hipótese de pedir um frango atropelado pra petiscar entre uma e outra. Aí você pede licença, misteriosamente se tranca no banheiro e sai de lá de quepe, calcinha e sutiã de vinil, cacetete numa mão e um par de algemas na outra.

    […] Fetiche que é fetiche tem que ser pessoal, particular, íntimo. Inventado, improvisado, livre. Até mesmo feio, sujo, imoral – por que não? Por que não transar atrás da porta da igreja? Por que não transar a três, de quatro, a cinco? Por que não trocar secreções? Por que não pedir um tapinha de vez em quando?

    Se é uma vontade genuína do meu parceiro e não fere a minha saúde e os meus princípios, assim será. Ajoelho, rezo, digo amém. Se eu sobrevivi ao vexame de me vestir de coelhinha e me lambuzar de calda de chocolate na Páscoa de 2010, que venha a chuva de prata, a chuva negra, a Katrina, o furacão Sandy. Porque meu Lorenzetti é assim: tem a temperatura inverno para os dias frios, a verão para os dias quentes e a golden shower para os dias que fervem.”

    Ou seja, se o fetiche do outro não fere seus princípios e nem te prejudica, por que não fazer parte dele? Sexo é troca. É ter prazer em ver o outro ter prazer. Por isso, pelo que nos contou, acreditamos que seu namorado tenha desenvolvido uma tara pelo fato de compartilhar o esperma dele com você. Esse ato visto como perversão num consenso geral, pode fazer a mente dele ir para lugares que são muito prazerosos, mesmo que para você não faça sentido. A gente acha que isso não tem nada a ver com o fato dele ser gay – aliás, precisamos parar de julgar a orientação sexual do outro com base em alguns comportamentos específicos que muitas vezes não dizem nada.

    Por isso, nossa dica é: Você não se incomoda? Ele sente mais prazer? Então vai fundo. Deixe o racional de lado e aproveite uma das únicas oportunidades nas quais podemos nos permitir sermos irracionais – no sexo.

    Boa sorte!

     


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