Sexo, eu espero que todo mundo aqui bem saiba, não é só sobre gozar. Claro que orgasmos múltiplos não atrapalham, mas se chegar lá fosse a única coisa que interessasse no prazer, passaríamos nós muito mais tempo na companhia dos sempre confiáveis torrents de putaria, e muito menos escolhendo a lingerie certa, ou tentando convencer aquela mulher incrível a te dar (uma chance).
Não, sexo é muito mais do que isso. É a troca entre as pessoas envolvidas, é olhar nos olhos e sentir aquele tesão incontrolável, é pele, é cheiro, é tato mesmo. Por isso que sexo bom é aquele que tem intimidade envolvida, porque aí a gente já passou da fase do não-me-toques. Você já sabe como o outro gosta, o que vai deixá-lo louco, e aproveita para explorar cada um desses pontos de prazer até que… vem o orgasmo, coroando todo seu trabalho bem feito. Well done, minha cara, well done.
Aqui vale, portanto, a velha máxima do “é dando que se recebe”. E, de todos os modos que você tem para colocar isso em prática, talvez o melhor, o mais gostoso e o mais safado ainda seja o bom e velho boquete. Em primeiro lugar pela praticidade da coisa. O boquete é o jeito ideal de exercitar a fantasia do “aqui, agora”. Tesão bom não tem hora para chegar, e quem nunca arrastou o cara para o banheiro mais próximo, o cantinho escuro da balada ou a última fila do cinema não sabe o que é viver. Nos calores do momento, chupar com vontade não tem preço, não. Toda a manobra de abrir delicadamente o zíper da calça, passando pela minha parte preferida: o olhar de assustado do outro dizendo “jura? aqui?”. Juro. Aqui.
E, mesmo entre quatro paredes e na intimidade do lar, não tem nada mais simples e mais efetivo do que um bom boquete para prevenir que o sexo caia no morno. Sempre delicioso, vai com qualquer coisa, a qualquer hora, e ainda faz com que tudo fique melhor. Mas, eu sei lá por quê, o boquete é um tabu para muitas mulheres. Quer uma prova disso? Quantos homens não existem por aí que reclamam que não recebem mais um bom, caprichado e demorado boquete depois dos primeiros anos de relacionamento? Muitos mesmo.
Mas muito pior do que isso (afinal, cada um curte o que curte e ninguém tem a ver com isso), existem as mulheres que acham que curtem até demais. Que adoram chupar, mas têm vergonha disso. Acham que o cara vai estampar um selo de vagabunda na sua testa logo depois que receber a informação. Ou que isso é coisa de puta. Mulher de verdade faz porque seu homem gosta, mas gostar aí já é outra coisa! Para evitar a polêmica, nem vou entrar nos méritos calorosos do cospe ou engole.
Vou te contar uma coisa, minha amiga: não tem que ter vergonha, não! Seja por gostar daquele jogo todo de submissão na hora da transa (mão dele no seu cabelo; você lá, só fazendo ele se contorcer todo, e por aí vai) ou por simplesmente adorar a sensação de ver o outro tendo prazer por sua causa. Está na hora de jogar para fora todos estes preconceitos. Até porque, moça, se você gosta e sabe fazer um boquete de respeito, você é um item valorizado no mercado – deveria inclusive colocar isso no seu currículo, mudar o status do Facebook, compartilhar seu conhecimento em uma série de tutoriais no YouTube.
Sem vergonha, tudo fica mais fácil. Imagina a cena: primeiro encontro e ele te diz que é publicitário, trabalha em uma agência que, olha só!, é do lado da escola onde você estudou. Os dois riem da coincidência e ele joga como quem não quer nada que agora é sua vez de falar sobre a sua vida. Ao que você solta: Ah, sou filha única, estudo gastronomia, sou tarada por lasanha e desde que você começou a falar não consigo parar de imaginar qual vai ser a cara que você vai fazer quando eu te chupar até você gozar na minha boca…