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Desculpem-me os moralistas, os celibatários e os envergonhados de plantão. Mas não boto a mão no fogo por aqueles que renegam o desejo pulsante e calam gemidos nas primeiras horas de contato. Pode parecer exagerado, e talvez até seja, mas não faz sentido querer confiar em alguém que se nega e se anula apenas pra manter aparências.
Todo mundo já passou por situação parecida. Um encontro legal, um papo legal, uma pessoa legal. Tudo esquentando, os beijos se tornando mais fortes, e o intervalo entre eles diminuindo. As mãos exploradoras, incansáveis na tarefa de reconhecer o terreno até então apenas medido por cima de panos e mais panos. E aí vem o corte.
Aquele corte te fere, te mata silenciosamente. Tortura enquanto, inutilmente, você busca uma razão pra ele existir. Um toque errado? Uma palavra mal colocada? Será que a outra pessoa desistiu? Ou pior, será que ela não curtiu?
Não, tudo errado. Desculpa, mas tudo errado.
A pessoa está pegando fogo. Quase subindo pelas paredes e te levando junto. Figurativa e literalmente. Mas não vai. Daquele ponto não vai passar. Guarde sua lábia, sua massagem especial, feche seu zíper também. Esqueça, erga a cabeça e siga em frente. Você acabou de perder uma boa noite de sexo. E a outra pessoa também. Fique tranquilo, ela sabe disso, mas as verdades que a move definitivamente são diferentes das suas.
Não pense mal de mim, cada um é dono do próprio corpo e das próprias vontades, e ninguém é obrigado a nada. Até aí, nada de errado. O problema mesmo começa quando baseamos nosso corpo e as nossas vontades aos julgamentos moralistas. Vivemos nosso dia a dia escondidos entre camadas imaginárias de proteções desnecessárias, apenas para continuar representando nossos papéis e seguindo à risca a cartilha dos bons costumes que ninguém nunca viu, mas que fazem questão de esfregar em nossa cara desde antes de sabermos o motivo da nossa existência.
E então você esbarra em outra pessoa totalmente disposta a rasgar todas essas camadas e se despir na sua frente. Mas que, no final, acaba não se despindo do que seria mais importante. Das lições decoradas da tal da cartilha, conceitos tão deturpados ainda hoje, em dias nos quais – com uma pontinha de esperança – se escuta o discurso de liberação sexual espalhado pelos mais diversos e inusitados cantos.
A última coisa que alguém pode querer pra si é se deitar com alguém que dorme de roupas. Não um pijama velho de algodão colorido. Isso a gente admira – e muito. Mas um uniforme manchado e apodrecido, que uma hora ou outra cai e enfim desnuda toda a verdade por trás de uma falsa recusa daquilo que mais se gostaria ter no momento.
E o sexo? Bom, o sexo é só uma parte disso tudo.