• Primeiro Encontro: O Prazer de Descobrir  Que Nada Vai Sair Como Você Planejou
  • Primeiro Encontro: O Prazer de Descobrir


    Que Nada Vai Sair Como Você Planejou


    Você passa dias elaborando mentalmente cada passo. Cada palavra que vai dizer, e como dizer. A hora do beijo. Talvez uma leve discussão depois, para dar uma quebrada, ou aquela piada clássica que os fará rir. No final da noite talvez vocês transem ou você apenas se encaixe confortavelmente no peito dele e adormeça. Ou talvez as duas coisas – por que não?

    Em pensamentos, você planeja, remonta e refaz. Reconstrói o filme da noite perfeita, antes de dormir. Às vezes chega até a sonhar… E cada a dia que passa diminui o espaço de tempo, mas aumenta o pensamento e a frequência cardíaca. Qualquer minuto ocioso dentro do ônibus ou na fila do banco se torna uma verdadeira oficina de histórias de amor, qualquer pensamento súbito ou música especial já faz o seu coração disparar.

    Você pensa em tudo. Separa aquela roupa que marca as suas curvas, aquela sombra que valoriza o seu olhar. Perfume? Ah, claro. Pra não ter erro, você usa aquela fragrância cítrica com notas amadeiradas, que ele já disse que gostava. Fica em dúvida sobre o que oferecer para beber: algo mais leve ou algo mais forte? Suquinho ou logo uma tequila ou aquele uísque caro que você guarda para ocasiões especiais? E depois de tantos planos e de ter trabalhado com as mais diversas hipóteses, vem o acaso e lhe dá um tapa na cara. De mão aberta.

    Porque talvez dê tudo errado. As palavras sumam. Comece a chover. A bebida acabe antes da hora. Por mais ensaiada que seja sua espera, no momento, as coisas mudam, as pernas tremem e o olhar entrega. Pouco importa a roupa e detalhes que antes pareciam tão fundamentais. De repente você vê seus planos do avesso, e tudo aquilo que você sequer cogitou começa a acontecer. E te surpreende. Te pega de jeito…

    De que adiantou perder noites de sono ou a concentração no ônibus planejando algo que fugiu totalmente da curva? Todo o roteiro cinematográfico que você refez mil vezes foi invadido por personagens inesperados e por acontecimentos que não estavam no script. E você foi inundada por aquela sensação gostosa de enfim conhecer o inesperado. Aquele alguém repentino que apareceu meio que do nada. A forma desengonçada e até mesmo engraçada como vocês interagiram nas primeiras vezes. Aquele beijo que te pegou de surpresa. O suspiro que você deu sem querer.

    E não importa quantos anos você tenha, a história sempre se repete. O friozinho na barriga volta. Você rascunha um roteiro digno de Hollywood, mas as páginas em branco serão preenchidas pelas surpresas do acaso. E depois que passa? Ah, as vezes a gente ri. Talvez se arrependa por ter deixado para lá; talvez se arrependa, anos mais tarde, por ter levado adiante. Foi bom para você? Quem sabe. É o acaso que sempre nos conquista. Por isso, menos planejamento e mais improviso. Deixe a mente aberta e o coração livre para o que está por vir. Deixe fluir.


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