• Deixe a “boa moça” em casa –  porque sexo bom, é sexo feito com instinto
  • Deixe a “boa moça” em casa –


    porque sexo bom, é sexo feito com instinto


    Se seguíssemos, sem hesitar, as ordens do nosso instinto, muito provavelmente, acabaríamos fichados por atentado violento ao pudor. Ou acha que, instintivamente, em um dia de calor como os que têm ocorrido, continuaríamos a usar roupas? Tenho certeza absoluta que não. Não iríamos apenas à prisão se, por acaso, resolvêssemos dar ouvidos à voz animal que vive a gritar dentro de nós; se, por apenas alguns segundos, deixássemos a nossa “tendência natural” guiar os nossos atos, sei que nunca daríamos voz ao despertador e que, em hipótese alguma, faríamos qualquer tipo de regime ou abdicação capaz de nos privar daquilo que nos dá prazer.

    O instinto, todos os dias, como um diabinho que mora dentro de nós, vive tentando nos aproximar daquilo – lícito ou não, de fácil acesso ou não, moralmente aceito ou não – que dá prazer à carne humana. E, por vivermos em uma sociedade que possui regras que visam tentar manter a ordem social e impedir que o mundo se torne uma caótica “despirocagem” hedonista, em muitos casos, para evitar problemas com a justiça e olhares de repulsa, precisamos ignorar os sussurros do instinto.

    “Então, se entendi bem, você está dizendo que o instinto é do mau, certo?”, alguns me perguntarão. Bom, para começo de conversa, eu não gosto da visão que separa o mundo em “aquilo que é bom” e “aquilo que é mau”. Afirmo isso, pois, apesar das novelas da Globo, através de personagens caricatos e extremistas, tentarem nos fazer acreditar que vivemos em uma sociedade rasa e maniqueísta, eu afirmo que, até mesmo o que pode envenenar, se usado com inteligência e na ocasião certa, consegue nos trazer coisas boas. E é exatamente assim – como algo que, apesar do potencial de nos colocar em maus lençóis, é capaz de nos trazer inúmeros benefícios – que vejo o instinto.

    Quer saber como? Simples! A cama, por exemplo, é um ótimo lugar para deixarmos o instinto imperar e, consequentemente, ajudar a sua atitude a fazer jus àquilo que o sexo realmente é: um comportamento animal sem espaço para o “quadradismo” dos pudores ou para limitações no modo de agir. Entre quatro paredes, irmão, diferente do universo metódico que existe fora do seu quarto, nenhuma regra pode contrariar aquilo que vocês, amantes efervescentes, buscam quando se enroscam. Quando estiver “naquele” momento especial de privacidade, de maneira alguma, deve permitir que os muitos dogmas sociais oprimam as suas vontades reais e limitem as infinitas maneiras que existem para transformar seu corpo em uma fonte inesgotável de estímulos bons.

    E, justamente por isso – por ser um herói capaz de impedir que preconceitos bobos sejam levados para cama – que o instinto, na hora do sexo, possui um papel tão importante quanto o do detector de metal feito para evitar a presença de objetos desnecessários em voos. Sacou? Ainda não? Vou dar um exemplo ainda mais prático de como o instinto pode ser o mocinho da história e o cara responsável por barrar a presença daquilo que, definitivamente, não combina com sexo: sabe quando a sua namorada sugere que experimentem um brinquedo e você, apesar de sentir vontade de inovar e de saber que aquilo apimentaria a relação de vocês, sente-se culpado e finge que não está com vontade de provar aquilo? Então, é exatamente em situações desse tipo que o instinto entra para lhe dizer: “Seu burro, esqueça, já, os dogmas impostos por culturas ultrapassadas! Não tem nada de errado em querer brincar com um vibrador. Aliás, daqui de dentro, sei que isso lhe deixaria morrendo de tesão. Por isso: manda bala, ou melhor, o consolo nela, campeão!”

    O instinto não está nem aí para os conselhos daqueles que, movidos por interesses egoístas e por visões embebidas em mandamentos tóxicos, vivem tentando nos controlar até mesmo em um momento de extrema intimidade como o sexo. Ele só quer que, independente da posição, do grau de ineditismo da fantasia ou do buraco que escolher para ser feliz, você encontre o prazer.

    E eu, por experiência própria, afirmo que as melhores parceiras que tive não estavam nem um pouco preocupadas com julgamentos sociais ou em seguir as muitas cartilhas que fazem do sexo, diferente daquilo que ele realmente é, um ato cheio de cercas rígidas e condutas a serem roboticamente seguidas. Elas eram boas, pois, exatamente como cadelas em busca de prazer absoluto, permitiam que o instinto as dominasse e as impedisse de desistir de fazer, exatamente, aquilo que as incitaria o gozo e que assim, sem dúvida, em mim, afervoraria o mesmo e maravilhoso efeito.


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