Muitos homens não aprenderam nem a fazer um papai-mamãe direito e já querem partir para o sexo anal. Os caras de hoje acham que comer um rabo é algo trivial, quase como um arroz com feijão. Eles se acostumaram tanto com a sequência do pornozão batido, boquete-buceta-cu, que pensam que a vida real segue o mesmo roteiro. Antes de chegar ao lado B, é preciso dominar muito bem o lado A. Sexo anal (bem feito) não significa apenas mudar de posição, representa avançar de fase na arte da trepada. E isso não acontece de um minuto para o outro. Pra conseguir fazer uma mulher enlouquecer de vontade de dar o rabo, tem que ser primeiro um expert no bê-a-bá.
Não dá pra sair nadando bem antes de aprender a respirar debaixo d´água. Existem alguns pré-requisitos que são incontornáveis. Só depois de explorar a casa inteira é que se deveria chegar à porta dos fundos. Sexo anal exige preparo, conhecimento pleno do terreno. Um homem que ainda não se pós-graduou no sexo oral, por exemplo, não poderia se aventurar por outros orifícios. Aqueles que têm nojinhos, frescuras ou regulam suas lambidas também deveriam ser proibidos terminantemente de entrar.
Em uma das minhas primeiras experiências anais, o cara me entregou o lubrificante e disse: “passa aí você”. Nem preciso contar que a enrabada não deu certo. Se fosse hoje, eu certamente diria para ele: “se você não quer enfiar sua língua e seu dedo aqui, seu pau também não entra”.
Para começar, acho equivocado esse papo de convencer uma mulher a liberar o botãozinho. O melhor seria seduzir e excitar tanto a parceira ao ponto de ela também ficar curiosa em experimentar novas sensações e se permitir uma entrega total. Nessa hora, o importante não é só relaxar, o fundamental, crucial e essencial é ter muito tesão. Mas muito mesmo. Um tesão mega master ultra plus. Sem ser um mestre do bê-a-bá, da chupada, do papai-mamãe, do frango-assado, do beijo, do orgasmo, não tem como provocar todo esse tesão na mulher.
Sem ser um amplo conhecedor do corpo feminino, dos caminhos do prazer, da anatomia do clitóris, não se obtém a certificação de expert do bê-a-bá, pré-requisito indispensável para se tornar um bom comedor de cuzinho. Isso porque sexo anal dói, pelo menos para a maioria dos mortais. Não acredite em tudo o que você vê na tela do seu computador. Os sorrisinhos da pornostar Stoya ou a cara de “está tudo ótimo” da Sasha Grey, enquanto têm seus anéis arregaçados violentamente, não contam a história toda. Você não sabe como elas chegaram até ali. E, bem, a vida não é um filme pornô.
Só uma excitação intensa é capaz de aplacar gradualmente a dor. Só um desejo abundante transforma essa dor em prazer. Chucas e lubrificantes não passam de coadjuvantes no sexo anal. Sem tesão extremo como combustível, não vai, não há como desfrutar desse momento de nível máximo de intimidade, confiança e entrega. Só um homem com domínio completo do lado A, está pronto para gozar dos prazeres do lado B e, claro, fazer gozar. Ok?