• Ode aos cheiros – porque sexo bom  de verdade não pode ser limpinho
  • Ode aos cheiros – porque sexo bom


    de verdade não pode ser limpinho


    O termômetro do tesão para mim sempre foi o cheiro. Se o odor do macho me atrai, provavelmente o sexo será bom. O cheiro é como um quinto elemento, invisível, porém fundamental para que a combustão aconteça. Cada corpo, buceta e pau têm seu aroma próprio, capaz de induzir à luxúria ou à completa repulsa.

    Não adianta o homem ser o mais perfeito exemplar da espécie e imagino que o mesmo valha para a mulher. Se o cheiro não agradar, a transa jamais chegará perto de ser inebriante. Na hora do sexo, viramos bichos farejando o outro, percebendo a cada centímetro de pele se aquele cheiro nos atrai ou nos repele.

    Se for tarde demais para voltar atrás, podemos até levar a trepada até o fim, mas certamente aquele será mesmo o fim de tudo. Se o nariz não aprovar, não há nada que se possa fazer. E muitas vezes a gente nem se dá conta que o problema era o cheiro, só sente que algo não fluiu como deveria.

    Não estou falando aqui de cheiros convencionais ou fragrâncias. A questão vai além de um perfume que nos desagrada, do desodorante vencido ou do banho que expirou. Estou tentando traduzir aquele cheiro que a gente não consegue nomear, aquilo que apenas o nosso nariz e o nosso corpo entendem. Chamem de feromônios, cheiro de pele, cheiro de sexo, não importa, é aquele odor capaz de despertar nossos instintos mais primitivos. É a essência da química da paixão.

    Gosto de antecipar o cheiro do pau quando ainda estou descobrindo o pescoço daquele homem capaz de aguçar meu sentido mais irracional. Até hoje, somente um cara percebeu nitidamente esse lado e me disse uma frase durante as preliminares que nunca vou esquecer: “cheira meu pau, cadela”. E eu cheirei, claro!

    Os odores que nos definem e nos envolvem são estimulantes. Existe um mundo a ser descoberto pelos nossos narizes. Um cheiro é capaz de nos fazer reviver um momento, uma sensação, de nos levar a viajar no tempo e no espaço. Se eu fechar os olhos, ainda sou capaz de relembrar o cheiro que marcou cada namorado, cada amante que já percorri com minhas narinas.

    Como é bom acrescentar aromas aos nossos momentos tórridos e românticos. O cheiro do vinho recém aberto, da vela queimando, da comida especial que tiramos do forno, do óleo que esparramamos pela pele e até do látex da camisinha que ficou na mão depois que ele foi embora.

    Porém nada terá o efeito desejado se os cheiros mais primitivos não baterem. Não há kit sex shop que resolva a falta de afinidade dos odores.

    Para que o sexo seja realmente bom, os cheiros precisam penetrar deliciosamente nos nossos narizes e nos nossos corpos. A vontade de aspirar o outro tem que estar lá, assim como o cheiro do sexo e do gozo, perfumando o ar. Nessa hora, o sensorial manda no racional. Sem esse quinto elemento, não há fogo que resista.


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