• O Momento Em que Duas Pessoas Se Apaixonam
  • O Momento Em que Duas Pessoas Se Apaixonam


    Dizem que duas pessoas se apaixonam quando seus olhares colidem e, como se dessem um nó, programam seus pensamentos para um único tema, o amor; um único personagem, ele ou ela.

    De sobretudo verde musgo, ela fechou a porta da frente do sobrado da avó. Olhou para o céu tão cinzento e respirou como quem está pronta para outra. Vestiu as luvas e depois coçou o nariz com a lã para deixá-lo menos geladinho. Mais uma vez saía sozinha naquela cidade de pessoas míopes. Tentava um sorriso ao vizinho ou um bom dia ao padeiro. Sempre sem respostas. Teria de comprar cigarros sem emitir uma única palavra durante o percurso. Mas o paralelepípedo daquela rua era inspirador. Por que não poderia comentar com alguém? Percebeu-se chata mais uma vez. Teria de dizer isso a si mesma ou olhar fixamente para os passarinhos e pensar estes comentários. Será que compreenderiam? Ao chegar perto da tabacaria, não sabe por que parou e esticou os dois braços para cima, alongando-se.

    Fazia muito frio. “Garotas, para onde estamos indo?” ele pensou nessa frase. Esboçou um sorriso de canto de lábio. Voltava do mercado com as mãos dentro do bolso do sobretudo. “Estamos indo comprar cigarros e, quem sabe, uma vodka.” Olhou para o céu e o achou mais cinzento que o costume. Gostava. Um velhinho passou guiando uma  bicicleta. Ignorou-o, pois era assim que se fazia ali. Era assim que ele aprendera. Não parou para pensar nisso. Foi para o meio da rua e quis, mentalmente, montar uma foto da rua de paralelepípedos. A perspectiva era bem interessante. Avistou uma moça de sobretudo verde musgo. Ela poderia estar centralizada em sua fotografia. “Cigarro.” Voltou a se concentrar na tabacaria.

    Enquanto se alongava um tipo esquisito esbarrou nela. Mesmo assustada, olhou para ele. Ele, para ela. Não disseram nada. Fitaram-se por segundos.

    Dizem que duas pessoas se apaixonam quando seus corações sorriem ao mesmo tempo e no mesmo tom.

    De repente, um vento forte e o cabelo vai parar dentro da sua boca. “Devo estar com cara de louca.” Ele achou que o vento deu graça ao momento. Ela pensou numa cafonice romântica que tinha lido outro dia. Ele, no tempo passando devagar. Pela primeira vez ela não se sentia invisível. Pela primeira vez, ele notava alguém na cidade. Olhou para baixo. Olharam.

    Ela se esqueceu do que fazia ali. Virou de costas e tomou o caminho da casa da avó.

    Ele colocou a mão na maçaneta da tabacaria e atravessou.

    Ela não sabia por que sentia vontade de voltar e dizer algo. Mas não há palavras que traduzam dois olhares entrelaçados. Poderia ter chegado antes dele àquele lugar e, lá dentro, oferecer lugar na fila do balcão. Ele poderia agradecer com uma conversa boba.

    Uma folha marrom caiu da árvore e tocou o ombro dela, que respirou como quem está pronta para outra. Chegou à porta da frente do sobrado da avó, tocou a campainha e atravessou.

    Antes que comprasse o cigarro. Resolveu voltar para a rua. Impulsivamente abriu a porta e conseguiu vê-la de costas. Partindo. Lembrou de seu rosto pálido. Do seu sorriso tímido. Uma folha marrom caiu da árvore e acompanhou os passos dela, como uma borboleta. Achou que seria bobeira se aproximar, tocar o braço dela e dizer algo, enquanto seus olhares se embaraçassem de novo. Ela esboçaria um ar indiferente. Seus olhos continuavam atraídos. Tentou fotografá-la mentalmente na rua de paralelepípedos, indo embora, de sobretudo verde musgo, combinando com a folha de outono bailarina. “Garota, para onde você está indo?”

    Dizem que duas pessoas se apaixonam quando seus passos ganham vontade no meio do caminho e, como se tricotados não se desfazem por um bom tempo.

    OFERECIMENTO: #Movimento11

    Ah, o amor! Estamos no mês dos corações apaixonados, das borboletas no estômago, dos suspiros sem motivo – mês do Dia dos Namorados deixa tudo mundo mais emotivo mesmo. 

    E aproveitando o clima de “love is in the air”, a essa altura do campeonato, você já deve ter reparado que Dia dos Namorados vai cair no mesmo dia da abertura da Copa? Para não ter sacrificar essa data tão importante para os apaixonados (afinal, futebol e romance não combinam muito), surgiu o #Movimento11. A iniciativa é da Brahma, que sugere que especificamente nesse ano, o dia dos Namorados seja comemorado hoje, em 11 de junho! Assim todo mundo fica feliz e consegue curtir de verdade os dois eventos!

    Vários outros estabelecimentos como lojas de presentes, motéis, floriculturas e bares já aderiram ao movimento, agora só falta você e sua(eu) namorada(o)! Aproveite!

    Para saber mais detalhes do #Movimento11, clique aqui: www.movimento11.com.br 

    Confira o vídeo da campanha:


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