Amar alguém apenas nos bons momentos é fácil. Quem não amaria em Paris, às margens do Rio Sena, com a luz do luar iluminando olhares apaixonados? Difícil é amar no arroz com feijão diário, com as contas de luz, telefone e do cartão de crédito em cima da mesa.
Quantas vezes você já não pensou sobre os caminhos de um relacionamento por causa de uma briga horrível? Uma desavença que cisma em roer seu cérebro o dia inteiro? Aquela chateação que tira a fome, que traz a angústia, o nervosismo, que faz conjecturas e cria um bode que insiste em sentar ao nosso lado e fazer companhia o dia inteiro.
Acredito que a rotina seja o melhor teste para um relacionamento; e também o melhor estimulante para fazer diferente a cada dia. Um motivo para valorizar o amor da caminhada no parque, do pastel de feira, da carta escrita à mão, do bombom, da conversa até tarde no sofá, dos porres a dois. Cultivar o amor que não envolva apenas restaurantes caros e moderninhos, mas também as invenções na cozinha, o filme em casa no sábado à noite, a pipoca de panela, o cabelo desarrumado e a calça de moletom.
Parece óbvio, mas no alto do problema não conseguimos enxergar com clareza. Nos dias em que a crise surgir e o dia não for feliz como uma viagem à Paris, vista o luto, chore, sofra e volte mais forte, sem esquecer quem deu a você muito mais momentos alegres do que tristes. O amor verdadeiro sobrevive aos percalços do dia a dia.