O que mais a gente encontra pelo mundo afora é um caminho recheado de hipocrisias. Não pode falar disso, daquilo, não é permitido ver aquele seriado mais ousado na TV, ou até mesmo cultivar uma amizade com aquela garota da faculdade conhecida pelo seu nítido atrevimento.
Ninguém quer ser associado a uma imagem diferente daquela vendida na banca de jornal. Poucos são os que gostam e de fato falam de sexo publicamente, em uma mesa de bar, quebrando o tabu dos assuntos impróprios para serem consumidos com um copo de cerveja e um petisco picante. De repente, em uma reviravolta da sociedade, o sexo foi completamente desvinculado do amor. E esse talvez seja um dos maiores erros da humanidade, o de acreditar que romance e prazer são cartas separadas no baralho.
Na maioria das vezes o tabu vem da gente mesmo, de um julgamento e de um pré-conceito totalmente nossos. A gente se reprime antes mesmo de conhecer o outro lado da moeda. Não se vê, não se fala, não se discute, não se vive o sexo, e o resultado é uma galera super frustrada, que quando chega entre quatro paredes não sabe nem o que esperar (ou oferecer). E não estamos falando de posições mirabolantes do Kama Sutra, estamos falando de entrega. Das preliminares que começam com aquela conversa agradável no restaurante, nas risadas gostosas a caminho do cinema, no toque das mãos que despertam aquele frio na barriga, e sim, dos beijos calientes que podem ou não levar a algo mais.
Um amor saudável, com 100% de qualidade, não pode ser fundamentado em cima de pudores. Ambas as metades precisam deixar a vergonha de lado, esconder aquele medo bobo da opinião alheia debaixo do tapete, e serem livres para curtir o relacionamento da maneira mais prazerosa que lhes convier. Sexo é ótimo, aumenta a intimidade, a cumplicidade, a forma com que a gente se vê no olhar do outro. No sexo a gente se encontra, descobre fragilidades da parceria que nem se faziam ideia que existiam, problemas são desfeitos, e soluções para os mais diversos dilemas, da toalha no chão do banheiro à louça do jantar, simplesmente aparecem. Nem tudo sobre sexo é pornografia e nem toda a imensidão do amor é puramente virginal.
Quando a gente encontra um balanço gostoso entre amor e sexo e acima de tudo compreende que a relação de ambos os sentimentos é extremamente sadia, a nossa maneira de se relacionar atinge um patamar muito mais maduro. Quem também percebeu essa necessidade de integração foi o polêmico diretor Gaspar Noe (mesmo diretor de Irreversível e Enter the Void) que está de volta com filme LOVE. Exibido no Festival de Cannes em abril deste ano, e criando filas de espera de mais de 3 horas, o filme relata uma história de amor de uma maneira jamais vista nos cinemas: a do ponto de vista sexual.
Dá uma olhada no trailer:
Murphy (Karl Glusman), frustrado com a vida que leva ao lado da mulher (Klara Kristin) e do filho, acorda um belo dia com um telefonema inesperado da mãe de sua ex-namorada, despertando memórias de um dos momentos mais incríveis da sua vida. Com algumas das cenas de sexo mais incríveis da história do cinema, o filme promete colocar por terra todos os tabus que envolvem o sexo dentro e fora dos relacionamentos. Uma excelente oportunidade para abandonar a zona de conforto e se permitir mergulhar um pouco mais no universo das relações de maneira lúdica e explosiva.
Com distribuição da Imovision, o Brasil é o segundo país sortudo a exibir o filme, que ainda é inédito nos Estados Unidos. Então não perca tempo e garanta já o seu lugar nessa viagem cheia de surpresas, que certamente capta toda a essência orgânica e natural de se estar apaixonado. Finalmente um filme real, sobre sentimentos completamente reais (e que não podem ser ignorados)!
Para saber onde assistir, clique aqui e surpreenda-se você também!