• Um “não” pode ser o seu melhor presente
  • Um “não” pode ser o seu melhor presente


    Hoje eu recebi um “não”, mais um para a minha enorme coleção de portadas na cara.

    Eu sabia que havia uma chance de recebê-lo, claro que sabia, mas confesso que não estava à espera dele. E confesso, também, que doeu à beça. Mais do que um direto no baço. Contudo, não me nocauteou nem me fez pensar em tomar veneno de rato. Muito longe disso.

    Se tivesse desistido do meu sonho de publicar um livro por causa das tantas vezes que alguma editora me disse “não”, por exemplo, agora eu, muito provavelmente, ainda estaria bolando campanhas publicitárias, coisa que nunca fez a minha cabeça de fato, pra ser bem sincero. Mas eu não desisti, nem mesmo quando choveu “Isso não é pra você!” e “Não acha melhor apostar em algo mais seguro?” em minha horta. Pelo contrário: batalhei pela viabilização do meu desejo até o inesquecível dia em que ouvi um “sim” seguido por “vamos publicar seu livro”. Batalhei de cabeça erguida e sempre ciente de que a maioria das pessoas de sucesso (seja no trabalho, seja no amor, seja no esporte, seja…) em algum momento precisaram enfrentar – e transpor – situações nos quais a realidade, de tão sem sal e murcha, não chegou nem perto das expectativas. Batalhei e, definitivamente, valeu a pena. Tanto que estou prestes a publicar o meu segundo livro e a cada dia mais certo de que “não” algum vai me impedir de publicar o terceiro, o quarto, o quinto…

    Quantas vezes o Leonardo DiCaprio foi indicado, porém, não levou o Oscar pra casa, você sabe? Seis! E nem por isso ele pensou em trocar a carreira de ator por um food truck de algum rango “gourmet” na Paulista. Ele continuou a atuar, meu caro, transformando cada “não” recebido em motivo para ser ainda melhor, e deu certo: há vinte dias ele ganhou a tão merecida estatueta. E se engana, totalmente, quem pensa que só o Leo não se deixou encolher por causa de uma porção de “nãos”: um dos lutadores de Jiu-Jitsu mais vitoriosos da atualidade, o Paulo Miyao, perdeu diversas – e repetidas – vezes para o Keenan Cornelius, outro lutador de destaque no cenário atual. Perdeu, porém, nunca desistiu. Nunca! Continuou a treinar forte, a dormir no tatame, a comer no tatame… Pra você ter uma noção do quanto ele queria ser campeão, ele perdeu o dente da frente e demorou um tempão para arrumá-lo. Permaneceu com a janela aberta e alegando: “O dente não faz diferença no meu Jiu-Jitsu”. Doido, né? Talvez. Mais ele, com certeza, é bem mais do que isso: é obstinado, determinado a vencer. E por isso, principalmente pela determinação que exala, venceu. Venceu Keenan Cornelius depois de diversas tentativas nas quais fracassou. E venceu, também, todos os campeonatos imagináveis no mundo do Jiu-Jitsu, dos estaduais ao Mundial. Coisa que não teria acontecido se ele tivesse parado no primeiro “não” que levou na cara. Nos primeiros, aliás. Pois recebeu uma porção de negações quando estava no começo. Recebeu, mas, como já disse, não desistiu.

    E você, o que fará diante do “não” que logo receberá? Hein? Vai parar de sonhar? Vai desistir de tudo aquilo que tanto deseja conquistar? Vai cair no choro e passar um ano dizendo “Eu não mereço isso!”? Ou vai usá-lo como motivo para ficar ainda mais forte e, mais pra frente, conquistar o tão almejado “sim”? Diga-me!

    E se acha que não receberá mais negações e invertidas, sabe de nada, inocente. Nesta vida, ninguém está imune às decepções e coisas que dão errado. Sinto muito, mas é a mais pura e inevitável verdade. E aprender a lidar com ela é fundamental para a sua sobrevivência, acredite.

    Você vai ouvir “não” no amor, na escola, no esporte, no trabalho e, até, do céu, quando sair de branco e tomar uma tempestade como resposta. Vai ouvir “não” em forma de silêncio, por meio de e-mails que, educadamente, agradecerão por ter tentado a vaga, de gente que só lhe diz “sim”, do seu cartão de crédito (quando mais precisar dele) e por aí vai… Assim é a vida!

    Quer um conselho? Após um “não”, em vez de um mar de reclamações e de encher a cara de pinga, pergunte-se: por que eu o recebi? Poderia ter feito algo para não recebê-lo? Que lição eu posso tirar dele? E transforme as respostas que encontrará em matéria-prima para futuros “Parabéns, você conseguiu!” e beijos na boca que são melhores do que qualquer “sim”.

    Sacou? Sim ou não?

    ass-ricardo


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