• Às vezes se calar é a melhor escolha
  • Às vezes se calar é a melhor escolha


    Sabe aquele silêncio no qual a pessoa não te responde, mesmo depois de você ter deixado a bola quicando, com argumentos dignos de pensador da Grécia antiga? Ele irrita não é? Mas você já parou para pensar que essa nova discussão poderia ter sido evitada, que deveria ter sido esquecida e deixada de canto? Ou no fato de que, quem silenciou é quem tomou a melhor atitude? Agora responda rápido: você tentou evitar ou passou o dia cozinhando respostas em banho maria e colocando lenha numa fogueira que não esquenta ninguém?

    A gente anda discutindo por tudo. Tem coisa que vale à pena, vale a troca de ideias e de pontos de vista. Mas caramba, tem uma outra porção de coisas que se resolveriam com um sorriso e um “deixa para lá”. E são essas coisinhas, essas pequenas, que deveriam passar batidas, que deveriam ser renegadas à categoria de amenidades e que não deveriam nos dar tanta dor de cabeça.

    Mas parece impossível não responder à altura, não é? Sair dando “patadas” por todos os lados, tentando colocar todo mundo no seu lugar e se auto-afirmando como aquele que “saca” da porra toda, te parece bastante sensato. Mas não é. Comprar briga no trânsito, criar zona de guerra dentro de casa, fazer climão no escritório e discutir  relação por orgulho bobo, com o parceiro, não são atitudes inteligentes ou maduras.

    Claro que vez ou outra é preciso chutar o balde com força e esparramar tudo o que está dentro, acumulado, para não morrer afogado nele. Mas, honestamente, prudente seria aprendermos a esvaziar essa porcaria de balde sem arrancar metade dos cabelos da cabeça antes. E como fazer isso? Como acalmar os turbilhões internos, desengasgar a ansiedade e desinchar a alma, sem sair causando com todo mundo?

    Converta-se. Mas torne-se alguém melhor, alguém que sabe respirar antes de ferir, que consegue jogar aquela mágoa envelhecida e rançosa no vento, para ele levar, e que sabe a medida certa de argumentar sem se tornar um pé no saco alheio.

    Por que às vezes arregaçar as mangas, levantar bandeiras e mostrar ao mundo nossos ideais é necessário. Mas em outras vezes, só precisamos silenciar, deixar a respiração oxigenar o cérebro, colocar uma musica boa na alma e observar a poeira baixar. O mundo não carece de mais guerras e sua rotina também não. Precisamos de cobertas em dias de chuva, de milhas para viagem, de livros, de braços dados, de show com os amigos, de lasanha no domingo, de crianças sorrindo e de pessoas que ouçam as outras pessoas. Além disso, o que estamos necessitando mesmo-mesmo, é mais amor, pois este resolve qualquer bronca em qualquer continente e é justamente este que anda sendo pouco.

    ass-  loui


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