Se tu soubesse das vezes que te olhei de longe, andando tranquilo pelo corredor, com a xícara de café na mão. Se reparasse que te analiso os olhos, o jeito de piscar e desviar quando precisa falar de si, tentando esconder as próprias emoções. Se sentisse minha respiração pausar, quando tua mão repousa nas minhas costas, antes de dormir, com tua coxa enlaçada pelas minhas.
Ah se tu enxergasse o tanto de carinho que eu tô guardando, dosando e entregando devagarinho, por receio de me encrencar. Se percebesse que longe eu fico assustada, com medo de o mundo despencar em tempestades de tristeza, novamente. Mas que dentro do teu abraço eu acalmo e acredito.
Ou se te dissessem que eu falei de você hoje, com admiração, com respeito, com saudade… e que eu sorri com teu nome na boca, saboreando o som das vogais que me arredondam os lábios. Se te contassem o tanto que eu já sofri e o tanto que demorei, para ter esse sorriso de alma novamente.
Se eu conseguisse te mostrar que eu “gosto de você” é um passo enorme, para quem se torce de pavor de dizer “eu te amo” e não ter amor de volta. Se fosse fácil falar o quanto que eu te quero e saber que tu me queres também. Para mais tarde, depois do trabalho. Para hoje, na hora da janta. E para quando o amanhã virar ontem e o hoje convergir em outro amanhã. Quem sabe, se soubesse disso, entenderia que você é o meu “para sempre”, agora e todo dia.