• Amar é conhecer as fragilidades do outro
  • Amar é conhecer as fragilidades do outro


    Há certas verdades chocantes que procuramos evitar durante toda a nossa vida, mas, em um momento preciso, adentram inevitavelmente as portas de nossa rotina fugaz. 

    Eis uma delas: vivemos uma geração que desaprendeu a amar. Nunca tantos casos de amor deram errado. Nunca tantas pessoas pensaram ser amor estando enganadas. Nunca foram tantos presenteados com o amor e boicotaram-no. 

    O amor, para esta geração, virou uma muleta de fragilidades: o outro atrai porque tem um quê de perdido, exatamente como você, exatamente como eu,  exatamente como toda a nossa geração. 

    Em vez de amarmos, ancoramos nossas solidões, partilhamos, mesmo fóbicos, os nossos segredos, e no exato momento em que pensamos ter encontrado a felicidade, ela se esvai sinistramente sob a luz da realidade – que, por sinal, desconhecemos. 

    Você ama quando sabe que o outro tem medo de avião e precisa de um rivotril sublingual pra dormir. Você o ama quando ele ratifica seus medos. Quando te mostra que não é só você: ele também tem problemas com a mãe; ele também sente aquele vazio existencial que por vezes parece impreenchível; ele também acredita que tudo vai ficar bem no final, mas é facilmente traído por suas certezas. 

    O amor fechou as portas, porque um amor limpo de fragilidades precisa de uma geração limpa de fragilidades. 

    ass_nathmacedo


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