Ah, o verão! Estação dos corpos suados, roupas coloridas, dias alegres, noites quentes e gente com vontade de se jogar de braços abertos no colo da vida. E nenhum evento resume mais o espírito do verão do que o Carnaval.

Esses dias minha amiga Bruna (que você deve conhecer, pois é colunista aqui no CSV) me disse que tirou uma porção de fotos 3×4 e só depois percebeu que estavam tortas e que o cabelo dela estava bagunçado e esquisito. Ela precisava urgentemente das fotos, mas ia usar só duas, e as outras provavelmente iriam para o lixo.

Todo mundo tem preferências, e isso é natural do ser humano. Tem gente que prefere a cor azul, mas nem por isso só tem roupa azul no armário. Tem gente que prefere macarrão alho e óleo, mas não deixa de almoçar se tiver macarronada ao molho branco na mesa.

Então vocês namoram há algum tempo – uns dois, três anos – e de repente alguém pergunta quando vocês vão se casar. Silêncio na mesa, no cômodo, na casa, no bairro, no universo.

Ele mora sozinho, e você logo viu na casa dele uma espécie de motel particular, refúgio nas horas de perigo e – por que não? – um patrimônio fruto da comunhão de bens de um relacionamento estável.

Isso é coisa de gente que não soube se emocionar na adolescência. Eu me lembro que com 20 anos eu não tinha medo de nada – a não ser da morte prematura, do sofrimento e da solidão. Felizmente nenhum dos três me atingiu.

Todo mundo já ouviu ao menos uma história de gente que se envolveu com alguém comprometido e sabia disso. Mesmo não sendo uma situação socialmente muito bem aceita, acontece com frequência – e nem por isso deixa de ser polêmica.