• Eu Sempre Quis Um Amor Utópico
  • Eu Sempre Quis Um Amor Utópico


    Quero voltar dois anos atrás, quando eu era solteiro e me relacionava com várias mulheres. Por mais que muitos achassem que eu era galinha, eu estava buscando uma mulher com os valores que me encantassem, porque namorar qualquer uma é perda de tempo. Eu estava buscando uma mulher que topasse ter um relacionamento ideal do meu ponto de vista, mesmo que ele fosse coisa da minha cabeça. Para encontrar essa mulher, eu teria que procurar bastante e escolher de perto – não existia outro jeito.

    Não era a toa que eu não estava encontrando essa mulher, mesmo procurando durante anos. Até os meus amigos achavam que eu queria uma mulher que não existia e que eu queria viver um modelo de relacionamento que não era viável, que não era possível. Frequentemente me colocavam um rótulo de hippie maluco. Quando alguém me perguntava que tipo de mulher eu estava procurando, eu respondia que:

    Estava em busca de uma mulher independente.

    Não financeiramente. Uma mulher independente de espírito e opiniões. Uma mulher que pudesse mudar de opinião da noite para o dia, se julgasse que esse era o melhor a se fazer. Ela poderia contrariar meio mundo com essa opinião, mas sempre colocaria a sua felicidade em primeiro lugar.

    Estava em busca de uma mulher parceira.

    Daquelas que ensinam enquanto aprendem e aprendem enquanto encantam. Adicionando novos conceitos, acordos e combinados para que o namoro fosse ainda melhor e com o sentimento de felicidade presente todos os dias.

    Estava em busca de uma mulher batalhadora.

    Eu queria namorar uma mulher como a Joana D’arc, mas sem as espadas e o sangue. Eu queria uma mulher guerreira ao meu lado, que batalhasse por seus ideais e corresse atrás de seus sonhos, por mais distantes que eles estivessem.

    Estava em busca de uma mulher inteira.

    Impossível ter um relacionamento feliz de verdade formado por duas metades desesperadas para se completarem. Relacionamento feliz de verdade tem que ser formado por inteiros – que trabalham  sua felicidade, o seu tesão, o seu prazer, para duplicar esses sentimentos quando a união acontece.

    Estava em busca de uma mulher humilde.

    Uma mulher que soubesse reconhecer o valor das pequenas coisas, como um piquenique no parque, do mesmo jeito que valorizasse um jantar em restaurante chique.

    Estava em busca de uma mulher com a mente aberta.

    Que não engolisse tudo o que mastigasse. Que não aceitasse tudo o que é imposto por terceiros, sem antes se questionar livremente.

    Estava em busca de uma mulher com atitude.

    Daquelas que realizam suas vontades, que não esperam o homem tomar todas as iniciativas, que te atacam quando estão com tesão, que defendem suas opiniões, que resolvem problemas sozinhas e que pedem colo quando precisam.

    Estava em busca de uma mulher honrada.

    Daquelas que combinam uma coisa com você e cumprem. Assim é fácil fazer acordos para a felicidade e o prazer na relação, sem se preocupar se o outro é oportunista e te engana pelas costas.

    Estava em busca de uma mulher que não me enchesse o saco.

    É impossível mudar o outro. Aquele defeito que nós não gostamos pode ser o berço da qualidade que mais admiramos na pessoa. Sem  defeito, não tem qualidade. Sem sombra, não existe luz.

    Estava em busca de uma mulher que pensasse.

    Ser inteligente e raciocinar é fácil. O difícil é pensar, desenvolver novas ideias e conceitos para sua vida.

    Estava em busca de uma mulher gostosa.

    Daquelas que sabem que uma olhada safada vale mais do que horas na academia. Daquelas que entendem que uma rebolada bem executada vale mais que um tratamento de beleza. Daquelas que sabem pedir, e ao mesmo tempo, que sabem oferecer.

    Estava em busca de uma mulher que me valorizasse pelo que eu sou.

    As pequenas atitudes, os carinhos mais simples, as demonstrações de amor rotineiras, os meus olhares apaixonados e sinceros.

    Estava em busca de uma mulher boa de papo.

    Com história interessantes, opiniões fortes, pontos de vista incomuns e senso de humor apurado.

    Estava em busca de uma mulher que gostasse mais de montanha do que de praia.

    Mesmo que a maioria das mulheres adorem praia e sol.

    Estava em busca de uma mulher por quem eu me apaixonasse todos os dias.

    Daquelas que mesmo acordando pela manhã toda descabelada, dá vontade de beijar e abraçar como nunca.

    Por mais que várias pessoas diferentes me perguntassem que tipo de mulher eu buscava, tinham sempre a mesma reação incrédula ao ouvir minhas respostas. Reações desse tipo não me desviaram da busca que eu estava fazendo. Eu tinha certeza que existia uma mulher assim, que faria minha busca valer a pena. Uma busca para a minha felicidade.

    Hoje, posso bater no peito e falar que encontrei a relíquia que eu tanto buscava. Um sentimento nobre e sem fim, que só os arqueólogos experimentam.

    Hoje, comemoro 730 dias que encontrei a mulher que tanto queria, com ainda mais qualidades e sutilezas apaixonantes que eu desejava. 730 dias realizando um sonho diário de ter um relacionamento muito feliz e prazeroso, sem brigas ou atritos bobos. 730 dias completamente satisfeito sexualmente e emocionalmente. 730 dias de puro amor, respeito e parceria. 730 dias venerando a Jaque como uma deusa da minha própria mitologia.

    Para fins de direitos autorais de imagem declaro que as fotos usadas acima não são de minha autoria e que o autor não foi identificado.

    Por Eme Viegas


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