• Homenagem Ao Sexo Sem Vergonha
  • Homenagem Ao Sexo Sem Vergonha


    Sexo não está diretamente ligado ao amor, como muitas pessoas acreditam – Rita Lee, sabiamente, já nos explicou. No amor, buscamos carinho, aconchego, colo, cafuné. No sexo não – não há quem aguente por muito tempo um sexo amorzinho.

    Geralmente, os relacionamentos começam com aquele sexo mais natural, mais pacífico, mais carinhoso. Ainda estamos descobrindo os mistérios de cada pedacinho do outro – os prazeres, as vontades, os botões. Além disso, uma moral confusa que habita nossas mentes cisma em dizer que temos que começar leve para não assustar a vítima. Faz sentido. Leva-se tempo pra conquistar intimidade. A intimidade é a porta que se abre para um sexo realmente intenso e sábio – afinal, se a conquistamos, sinal que já conhecemos razoavelmente bem o outro ser e nos sentimos prontos para o próximo – e incomparável – passo: o da sacanagem.

    Os ultra-românticos que me desculpem, mas sexo amorzinho não corresponde à ideia natural de sexo. Sexo é perder os sentidos, é se entregar completamente, é sair do corpo por alguns momentos. O romantismo é gostoso também, mas não combina com o momento. Abraços, beijinhos, chamegos são deliciosos, mas estão disponíveis em maior abrangência no nosso dia-a-dia. Agora, aquela pegada, não. Quem sentiu, sabe exatamente o poder que uma pegada assertiva na cintura combinada com uns bons puxões no cabelo tem. Ou daquele tapinha acompanhado de umas boas putarias pronunciadas ao pé do ouvido. Como resistir?

    Acredito que o caminho natural do sexo nos relacionamentos longos é chegar de fato, na sacanagem. Porque se segurar e não se entregar é possível por algum tempo, mas não pra sempre. Criação, religião, moralismos – todos eles incansavelmente tentando nos convencer que sexo mais hardcore é falta de respeito, denigre a imagem, compromete o caráter. Teoria que não faz sentido. Afinal, se não é possível se entregar por completo com aquele que você escolheu pra seguir junto, o que mais nos resta dessa pobre vida?

    O tempo que cada um demora pra descobrir o lado realmente safado do sexo, varia. Há aqueles que não se permitem e há também os precoces que desde de muito cedo, já fantasiam com a sensações incomparáveis da prática. Alguns são introduzidos a esse universo pela outra parte mais experiente da equação. Outros, associam seus melhores orgasmos justamente com aquele sexo que mais teve pegada, e entendem do que se trata. É um caminho sem volta. Assim que descobre-se os prazeres do sexo literalmente sem vergonha, difícil querer voltar para a rotina do amorzinho.

    O amor é lindo, é inspirador, é necessário. Mas quando se trata de sexo, deixemos o carinho extremo para o momento depois – pra aquela famosa hora do cigarrinho ou aquela hora perfeita quando os dois se jogam na cama, apenas sentindo o restante do prazer vivido momentos antes. Pro sexo, reservemos o que realmente interessa nesse momento – a boa e velha putaria.


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