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Sou magra. Magrinha. Magrela mesmo. Você aí que veste 36 que atire a primeira pedra se nunca na vida tiver desejado uma coxa mais grossa, ou uma bunda de fazer inveja à Valesca Popozuda, Gretchen, Mulher Melancia ou qualquer outra dessas com hiperdesenvolvimento do pandeiro. E você aí, cheia das curvas brasileiras, não sabe como é difícil ser naturalmente magrinha em um mundo cheio de siliconadas, mulheres frutas e idolatria à classe das famosas gostosas.
Você que tem excesso de gostosura nas dobrinhas e é muito bem resolvida com isso não precisa vir dizer pra eu me livrar da ditadura da magreza ou largar mão de ser anoréxica. Como eu já disse, sou naturalmente magrinha, e quem me conhece sabe que às vezes sou capaz de bater um prato que deixaria muito pedreiro de boca aberta por aí. Mas viver em uma sociedade onde o ideal de mulher perfeita é ser uma panicat é complicado. E não é só comigo não. Tenho amigas e conheço várias outras garotas que se sentem mal por estar fora dos padrões. Não estou tentando fazer apologia à magreza ou criticando quem malha e faz procedimentos cirúrgicos. Pelo contrário, sou super a favor de uma vida saudável e da utilização de recursos que façam bem pra sua autoestima. E o “naturalmente” citado aí se refere a um biotipo, condição de nascimento.
Só me pergunto onde estão as cabeças daquelas que estão fora dos “padrões” e não sabem ver beleza em si mesmas, buscando sempre o ideal inatingível de perfeição. Cada vez mais me pergunto por que as mulheres – e homens – tem tanta dificuldade de se aceitar com o corpo que nasceram e até aquele defeito engraçadinho (ou bizarro) que os fazem únicos. Cadê as mulheres que assumem seu peito pequeno, seu quadril não-tão-grande-assim e que sabem reconhecer a graça e a elegância que só uma mulher segura de si em um vestido pode ter? Sou a favor do amor próprio, do autorrespeito e do “eu-me-acho-linda-como-sou-
Não vou ser hipócrita. Já perdi a conta de quantas vezes tentei superar minha aversão a exercício e quis entrar em uma academia pra atingir a hipertrofia ideal do quadríceps. Já tomei remédio pra engordar, e só não fiz simpatia e macumba porque não conheço a entidade que responde. Mas depois de alguma maturidade que vem me sendo proporcionada por minha (quase) fase adulta, aprendi a não ter vergonha das minhas pernas finas e até a gostar dos ossinhos mais salientes no meu quadril. Você que é homem, não precisa me vir com uma ode de que “mulher de verdade tem que ter onde pegar”. Disso eu já sei. E sei mais ainda e muito melhor que você que “mulher de verdade” na real é aquela que mostra o peito e dá a cara pra bater pelo desaforo de se aceitar como é em um mundo tão alienado.
Levanto a bandeira de que nós, mulheres – e homens também, por que não? – precisamos saber reconhecer a nossa beleza natural e ser felizes do jeito que nascemos. Serve pra você que tá lendo também, cara. Um homem bombado pode até ganhar o corpo de uma mulher na balada, mas não precisa ser bombado pra chegar ao coração. Adoro poder envolver os braços em volta de um magrinho por inteiro, daqueles que me apertam com gosto pra me fazer sentir ainda mais segura, e prefiro um cérebro afiado a um bíceps bem definido. Se você pode fazer os dois, ótimo. Mas em caso de dúvidas, não hesite: escolha o primeiro. Como você já deve ter ouvido por aí, inteligência é afrodisíaco.