O meu tipo de amor é leve, desses que dá pra levar entrelaçado nas mãos sem sentir peso. Nunca fui amor-mochila, pesado, que dói as costas e causa érnia. E pensava que seria fácil encontrar alguém que pensasse assim. Não tem sido.
O meu tipo de amor é desses que olha pros lados e contempla o mundo segurando as minhas mãos. É o tipo de amor que vai achar o Brad Pitt, o Gabriel Medina ou o Caio Castro os homens mais bonitos do mundo e vai continuar me olhando com ternura. É o tipo que vai e volta com os amigos, os melhores deles, que não sou eu e isso não importa. Porque no fim do dia eu sei exatamente o que a gente chama de lar.
É nos detalhes que importam que eu vejo que eles vão e eu fico.
Eu procuro alguém que entenda que nós somos dois, sim, e que por algum acaso do destino a gente foi apresentado. Não sei se vai ser numa segunda ou num sábado, mas eu espero dizer que foi um prazer e te tirar pra dançar. O amor que eu quero, quero mesmo, é alguém que viva um mundo em interseções com o meu, não o mesmo. Que é pra gente poder dividir as coisas e mostrar maneiras diferentes de se enxergar a vida. É alguém que pode me apresentar novos amigos, o cara chato do trabalho, o ex-namorado que virou melhor amigo e compartilhar as coisas sem temer que aquilo arranque a gente do outro.
O meu tipo de amor sabe que a gente fez raiz no outro.
Eu procuro alguém que deixe de lado os ciúmes do mundo porque vale mais a pena se concentrar aqui dentro, nessa coisa que a gente tem construído e que é forte o suficiente pra dizer que os outros são os outros, e especial mesmo é quem a gente ama. Que dentre todas as multidões da Marisa Monte, eu encontrei mesmo foi você. E que não precisa ter medo, ou receio, ou aquela angustiazinha irritante que faz a gente achar que alguém (que não seja a gente) pode tomar um amor que nos escolheu.
O meu tipo de amor não usa perfume, não deixa um rastro na rua, mas me deixa marcas na pele. Prefere alecrim à canela, como quem diz que sabe que ciúmes não é o tempero certo. Não tem sabor, só deixa a coisa mais amarga. E entende que um amor tranquilo com sabor de fruta mordida não é menos doce nem menos desejado só porque os outros não oferecem ameaça. É alguém que entende o que a gente tem e gosta de parques. Bom mesmo é rodar o mundo numa roda gigante e preferir sempre quem divide contigo a cabine. Mesmo que a vista encante, mesmo que o mundo visto de cima pareça mágico, o meu tipo de amor vai ser mais feliz com quem tá ali do lado.