Senta aqui, que hoje eu quero te falar.
Não há razão para dor, se aquele amor, já não existe mais. Você precisa entender que tal romance foi apenas um capítulo com início, meio e fim. Sem reticências. Não há espaço para desespero, pois ainda lhe resta um livro inteiro – em branco – para ser preenchido. Não há motivo para ilusão, transformar um ponto final numa vírgula ou um “adeus” num “até logo” só te causará mais frustração.
Não digo que será fácil.
Você sentirá raiva, depois saudades. Mandará mensagens quando estiver alcoolizada e, no dia seguinte, será consumida por um enorme arrependimento. Se tornará especialista em investigação e gastará uma boa porção do seu precioso (ou ocioso) tempo nas redes sociais, procurando saber com quem ele está ou que ele está fazendo – em vão.
Não digo que será fácil, mas você precisa seguir.
Senta aqui, espera que eu não terminei.
Agora, só depende de você. Destrua de uma só vez o muro invisível feito de lágrimas e decepção que você ergueu acidentalmente e deixe que outro alguém se aproxime com palavras, flores ou chocolates. Deixe o beijo no seu pescoço causar arrepios, as mãos desfazerem o laço do seu vestido vermelho. Sinta a roupa deslizando pelo corpo e caindo suavemente sobre os seus lindos pés.
Não há tempo que volte, amor.
Permita-se voltar a sorrir. Permita-se viver outra vez.
Levante-se dessa aconchegante cama, passe uma água gelada no rosto, enxugue-o naquela toalha próxima ao toucador, vista um sorriso corajoso. E trate de ser feliz.
