• Eu só queria você
  • Eu só queria você


    Eu só queria que ele soubesse que a voz dele me chamando de “meu bem” era tudo e mais um pouco do que eu precisava para encarar mais uma quarta-feira fria de inverno. Que me bastavam os abraços corridos entre um compromisso e outro, o aceno do meio da quadra depois da vitória sofrida em cima do time adversário ou os sorrisos inesperados que sempre me pegavam desprevenida todas as vezes que eu tentava me desvencilhar daquele sentimento adocicado chamado amor.

    Eu queria mesmo era que ele parasse de me olhar com aqueles olhos acastanhados da cor da brutalidade que corria em suas veias e me levasse com as mãos bem dadas para conhecer todo o universo que existia por debaixo daquela barba mal feita. Que deixasse de lado as brigas, as mágoas, as imperfeições, e construísse comigo um delicioso mundinho recheado de seriados, chocolates e gargalhas a dois. Porque sozinhos somos sensacionais, mas juntos, dentro da certeza do outro, somos imbatíveis.

    Querer, desses quereres que sugam de vontades a alma da gente, eu queria de verdade era que ele me amasse tão detalhadamente como eu amo as covinhas das costas dele. Os pequenos requintes de delicadeza que só a intimidade é capaz de revelar. O jeito carinhoso com que ele pede abrigo depois de um beijo, o cuidado com que me abraça naquela conchinha milimetricamente moldada, e o jeito zeloso com que cobre meus pés gelados quando adormeço quase sem querer aninhada na imensidão do peito dele.

    Eu só queria que ele entendesse que a minha vida ficou incomparavelmente melhor depois que nossas maluquices se cruzaram. Que por ele eu bebo inúmeros copos de água depois de alguns goles de vinho, e também aprendi a gostar de futebol, basquete, MMA, do lado direito da cama e dos finzinhos de domingo. Porque a simplicidade com que a gente se gosta é única e faz toda a diferença na eternidade do nosso sentimento. Não importam as rugas, as celulites, as curvas convencionais, de um ser humano completamente normal, ou os comportamentos explosivos que sempre encontram um jeito de estabelecer a paz entre dois extremos. Somos singulares e absurdamente especiais dentro da felicidade que a gente chama de nossa.

    Se você ainda desconhece fique sabendo que eu te amo e desejo a tranquilidade do seu olhar com a mesma força com que anseio pelo milk shake de nutella dos finais de semana. Porque no fundo eu só quero, preciso, me encontro em você. Na facilidade com que conjugamos o verbo amar e desafiamos os resquícios da rotina e do tempo com a maestria de quem sabe se cuidar. E cuidamos. Um do outro, o outro do um, e deixamos que a confiança que foi minuciosamente erguida na parceria tome conta de nós.

    Bem, agora você sabe. Então me faz um favor e fica. Por mais um segundo, uma vida inteira ou até que a música do Chet Baker abandone a vitrola e nos diga que chegou a hora de acordar. Eu só queria que você soubesse que este sonho é lindo demais e que só vale a pena despertar porque existe a certeza do seu bom dia, juntamente com um copo de suco de laranja e um pão quentinho, dizendo baixinho: “eu fico”. O amor é simples, fácil e tem gosto de café da manhã debaixo do cobertor em uma fria manhã de inverno: inesperado e absolutamente doce. Eu queria te dizer que…ah, você sabe. Aqui tem bastante espaço para você e para toda a eternidade que dia após dia consome de infinitos a nossa travessia. Vem!

    danielle


    " Todos os nossos conteúdos do site Casal Sem Vergonha são protegidos por copyright, o que significa que nenhum texto pode ser usado sem a permissão expressa dos criadores do site, mesmo citando a fonte. "