• Um café e um amor – sem brigas, por favor
  • Um café e um amor – sem brigas, por favor


    Nunca compreendi alguns silêncios. Como no dia em que uma amiga, depois de ouvir um apoio elogioso e falso de um eminente desafeto, desenhou o sorriso mais largo no rosto, agradeceu e foi embora. “Como assim você não mostrou que sabe o quanto ele é falso?”

    Naquele dia aprendi, pela sadia observação do comportamento alheio, que estar em paz é melhor do que ter razão. Não importa o quanto você tenha absoluta certeza de que o outro está errado: se tentar provar isso te agride, o silêncio oportuno é a melhor opção.

    Não que devamos nos calar, especialmente porque já nascemos gritando. E, sobretudo, porque absolutamente tudo é discutível, inclusive política e religião, e há poucas coisas capazes de mudar o mundo de fato, mas quebrar tabus, sem dúvida, é uma delas.

    Acontece que poder discutir tudo não necessariamente significa precisar fazê-lo – ao menos não com todas as pessoas e em todas as situações. Não adianta dizer aos seus falsos amigos que sabe que eles são falsos amigos – porque eles continuarão sendo falsos, e você estará irritado demais pra curtir os seus amigos verdadeiros.

    Algumas coisas nasceram para simplesmente serem ignoradas – como a colega de trabalho que critica os seus projetos mas nunca conseguiu fazer nada tão elogiado, o cara que quis ficar com você e agora te esculacha para os amigos no maior estilo ‘a raposa e as uvas’, as pessoas que tentam ditar como você deve se comportar ou qualquer coisa que envolva atuais do seu ex ou ex do seu atual. Em resumo: pequenas picuinhas inúteis e estresses desnecessários, que não precisam – e não devem – fazer parte do seu cotidiano.

    O comportamento do outro é algo que sempre estará completamente alheio ao nosso controle. Tudo acontece a despeito de nós, mas nos cabe, como um ato de respeito próprio e autodefesa, ignorar aquilo que não nos fará bem ou que nada nos acrescentará; abrir mão do capricho de estar certo pela necessidade irrenunciável de estar bem.

    Se o outro não gosta do seu guarda-roupa, ou critica o seu peso, o seu trabalho, os seus sonhos, a sua vida, se há alguém que se julgue suficientemente importante pra definir o seu humor – e eventualmente estragar seu dia – mostre que não é bem assim.

    E que sorrir amarelo ou simplesmente dar as costas é, sim, uma opção para não gastar tempo e energia com discussões inúteis – e usar essa energia para a única coisa que realmente importa na vida: ser feliz.

    ass-nathalie


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