É essa minha disponibilidade constante que me mata. Não nasci para ser difícil. O mundo me pede isso, mas nem isso eu consigo negar.
Não nasci preparada para dizer não, tenho mania de sim e me orgulho disso. Sim para o que eu quero, sim para o que eu acho que quero, sim para o que eu não decidi ainda se quero, mas aceito enquanto penso melhor.
“Não” fecha muita porta, soa errado. Minha mãe falava para eu não fazer tanta coisa, e toda vez que desobedeci, ganhei no mínimo alguma história legal para contar na mesa do bar.
Mas é assim que funciona. Fale sim para a vida e ganhe um sim para julgamentos, um sim para os rótulos, um sim para as doses homeopáticas de felicidade.
E tudo isso, só porque alguém um dia falou e pelo visto o mundo inteiro acreditou que o difícil é que é legal. Ser difícil é o novo cool.
Que correr atrás faz parte do ciclo natural das relações, porque o que vem fácil também vai fácil.
E se você não quer uma vida cheia de nãos, cheia de vontades contidas e sentimentos reprimidos, cheia de dificuldades e jogos que não levam ninguém a lugar nenhum, sofra as consequências do mundo meu caro!
Tenha em mente que o preço que se paga por render-se a simplicidade da vida é salgado, mas que o preço que se paga por não aproveitá-la é insalubre.
E por essas e outras que eu vou seguindo assim. Distribuindo sorrisos fáceis, conversas fáceis, entregando ao mundo um pouquinho do meu sim, na esperança que de sim em sim a galinha encha o papo e aprenda a apreciar o doce que só uma vida fácil pode oferecer.