Você pode até não aceitar o que eu te digo, mas ele te largou. Simplesmente assim, como quem arranca o band-aid de uma vez sem se preocupar se vai arder. Ele foi embora e não perguntou se você queria ir junto e muito menos se ficaria bem enquanto estivesse por aí. Como ele bem te disse, precisava “se encontrar” porque ao teu lado não era o suficiente.
Entendo que você pode acabar ficando com raiva de mim e dizendo que estou sendo uma amizade insensível, mas é só questão de tempo até você abrir os olhos e ver que, realmente, foi isso que aconteceu. E, então, você vai conseguir perceber que é um desperdício depositar suas esperanças na volta de alguém que seguiu a vida e não quis te levar junto.
Fico te vendo se arrastar pelos cantos vazios da casa, resmungar as besteiras que fez durante o relacionamento e se julgar mais culpada que a própria culpa. Não funciona assim. A decisão não foi baseada em algo que você tenha feito, mas em algo que, pelo menos ao que parece, ele não viveu. E, sendo bem sincero, a culpa também não é dele.
Não se pode obrigar ninguém a ficar, você entende? Ele tomou a decisão dele. Unilateralmente. A gente demora a entender que, às vezes, todo aquele amor que queremos entregar pode ser recusado. E demora porque, nos nossos devaneios, aquilo é algo tão especial e diferente que o outro deveria se sentir muito feliz por ter a oportunidade de tê-lo.
Só que não funciona assim. As pessoas tem total liberdade para irem e virem, para aceitarem ou recusarem o que é dado, para ficarem e construírem algo ou partirem sem nem olhar para trás. Ter que cortar esperanças e seguir na fria realidade não é fácil, mas ainda é um caminho melhor do que seguir por qualquer doce ilusão de reaver aquilo que nunca mais voltará.
Levanta essa cabeça, mulher. Você tem muito valor. Tem tanta gente incrível que adoraria ser seu par. Sai dessa fossa. Se abre pro novo. Você merece muito mais do que um amor de migalhas.