• Sabe o que cairia bem?  Te esquecer
  • Sabe o que cairia bem?


    Te esquecer


    Eu estou um pouco bêbada esta noite e sinto que de alguma forma, minha madrugada está correndo na contramão, com a intenção desesperada de colidir com você. Eu sei que devo manter distancia, inclusive do telefone, afinal esse é um dos acordos que fizemos quando colocamos um fim. Mas como mantê-lo? Pode apostar que tudo o que eu mais quero agora é te ligar, dizer olá e contar que essa dose a mais será por você

    Eu to tentando, sério, tenho seguindo a risca todos os roteiros e conselhos para esquecer alguém, mas de algum jeito você continua aqui, presente no meu dia. Eu ainda dou risada das suas piadas cretinas, cito você nas conversas paralelas e continuo me perguntando em que vão foi que a gente se perdeu. E por maior que seja o esforço, as nossas lembranças juntos parecem cíclicas, indo e voltando, como ondas, confesso que em alguns momentos tenho medo de me afogar nelas.

    Devo ficar quieta no meu canto, sem quebrar nosso pacto mudo de silêncio, eu sei. To fazendo isso, tenho me divertido bastante com meus amigos, de verdade. Eles inclusive estão aqui, agora, rindo de alguma coisa engraçada que alguém contou, sobre o colega de trabalho de outro alguém. Mas eu não ouvi. Fui parar longe depois do segundo copo, minha cabeça está rodando e caramba, de todos os assuntos dispostos na mesa ela terminou parando em você. Vou confessar, sua ausência está me descendo mais amarga que aquele Whisky vagabundo que me serviram, to caindo no clichê. Eu que não sou dada a clichês, estou bêbada e tentando te esquecer. Até rima to fazendo. Porcaria!

    Não fui feita pra isso, sei lá, você sabe que eu sou fraca com álcool, então se eu te ligar juro que é sob efeito dele. Eu perdi os reflexos e o controle, acho, então ignora minhas mensagens, caso eu jogue no ralo minha dignidade e te encaminhe elas. Estão todas aqui escritas, o botão de enviar esta gritando comigo a noite toda e me testando.

    Melhor sair, andar um pouco, vou lá fazer amizade com o bartender, pedir a coisa mais forte que ele tiver, dizem que eles entendem desses assuntos de coração, talvez seja real o boato,  não custa tentar. Pensando bem, tem gente demais aqui, todos barulhentos, rindo alto e se divertindo. Não estou combinando com o ambiente neste momento. Eles ignoram o que estou sepultando hoje, com todos esses “drinks”, a nossa historia, os nossos momentos  e a nossa paixão…

    A noite está passando, eu vou para a pista tentar dançar, vou fechar os olhos e ignorar qualquer lagrima que tente escorrer, melhor deixar rolar, afinal é sobre isso que vivo falando, esse é meu principal conselho em cada texto que escrevo. Deixar rolar… Ah se os leitores soubessem que cada um deles, cada palavra, cada sentimento na entrelinha, tudo é sobre você  e sobre expulsar a porcaria do seu sorriso perfeito da minha memória.

    Estão enchendo meu copo novamente, meus lábios estão dormentes e os movimentos mais lentos. Estamos brindando, por alguém, pela felicidade, parece… Mas não para mim, essa dose, essa que vai me fazer ficar fora do ar por algumas horas, essa é por você. Para te esquecer, se não para sempre, pelo menos por mais uma noite, uma de cada vez. E de todo o álcool ingerido, essa dose de esquecimento é a que mais me cai bem.

    ass-  loui

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