• Com você todo dia é um feliz dia dos namorados
  • Com você todo dia é um feliz dia dos namorados


    No começo, como você bem sabe, eu não levei o nosso lance a sério. Estava com muito medo de me entregar e, mais uma vez, terminar com o coração estropiado. Só de ouvir a palavra “namoro” eu já sentia uma puta vontade de correr em direção às montanhas. Juro! Porém, o tempo passou… E o meu pavor e a minha indecisão, felizmente, deram lugar a uma bonita certeza: é ao seu lado que desejo permanecer.

    Eu demorei uma eternidade para enxergar o óbvio, eu sei. E você, diferente do que muitas outras teriam feito, insistiu em mim, esforçou-se para que virássemos, de fato, um “nós”. E viramos! Por isso – e por tantas coisas fantásticas que vive a me dar -, obrigado! Muito obrigado. Um infinito obrigado por não ter saído da minha vida nas vezes em que eu, sem dar muita explicação, tentava fugir da sua. Obrigado por ter acreditado naquele moleque que, claramente, estava perdido em algum lugar entre o desejo de ficar e o receio de sofrer. Obrigado por ter sido paciente no longo período em que eu fui covarde, na melhor das hipóteses.

    Se nosso caso não tivesse dado em nada, eu realmente não sei como estaria agora. Nem ideia. Não sei se estaria bebendo tequila no gargalo ou treinando para o Ironman. Não sei se estaria comendo coxinha em Sampa ou gafanhotos na Tailândia. Não sei se estaria soltinho na pista ou… Não sei mesmo! Mas o nosso caso vingou de um jeito bonitão, ô se vingou, e o que sei é: com você eu vou muito bem, obrigado. Com você tudo vai bem, como se fosse a batata palha da minha vida. Saca? Basta um pouquinho de você e a coisa – da fila de banco à passada na lavanderia – fica bem mais gostosa.

    E não consigo me imaginar tão bem e satisfeito com outra, sério. Sei que o mundo está abarrotado de gente interessante e blábláblá, mas o nosso encaixe de almas – e pele, e coxas, e ombros, e mãos, e olhares… – é foda; não sobra nem falta, não pesa nem dá aquela sensação de vazio. Sempre que um amigo termina um namoro, eu mando: “Ela não é a última bolacha do pacote, irmão! E logo você perceberá”. Mas você, sinceramente, parece-me a bolacha mais deliciosa de um pacote cheio de coisas insossas e industrializada. E não estou falando isso por causa da sua cabeça redonda de Oreo, não. Falo porque é isso que sinto depois de muito experimentar a vida com você, das tragédias que não escolhi às comédias românticas que você escolheu e eu fui emburrado, dizendo: “Da próxima vez vai ser filme de tiro e explosão, OK?”.

    Com você a coisa flui sem esforço. Acontece, simplesmente. Flui como nossos beijos, nos quais as línguas e lábios parecem saber o que fazer e aonde ir. Flui de um jeito que faz com que eu me sinta confiante o bastante para me livrar das tantas máscaras e fantasias que visto lá fora, com medo dos julgamentos e olhares de reprovação. Com você, Netflix vira um programão, momentos amassados e descabelados que faço questão de guardar na gaveta interna de memórias inesquecíveis – aquela que consulto quanto tudo nubla e nos domingos em que não está. Com você, qualquer barzinho que tenho um moço com uma viola me dá vontade de gritar: “Vida, como você é da hora”. E se não tiver o moço com a viola? Eu e você dentro do barzinho já estará pra lá de bão. E se o barzinho fechar? Em nosso amor encontraremos terreno para uma embriagante farra.

    Nunca precisamos de nada além de nós, não é mesmo? Nunca fomos o tipo de casal que só se diverte acompanhado por outro ou em evento cheio de pirotecnia, comida gourmet e pausa para foto na entrada. Nosso lance, como já deve ter notado, é movido pela beleza da simplicidade que exala da nossa convivência e pela capacidade que temos de colocar o resto mundo – e todas as regrinhas idiotas que ele vive a impor – no lugar dele: fora do nosso quarto, longe do nosso laço, distante daquilo que nos move em direções cada vez mais bonitas, honestas e simples. Aliás, já notou que o amor é algo simples à beça? Pois é, acredite. O amor é aquilo que sobra quando paramos de tentar burocratizá-lo com papéis e alianças, é o que resta quando nos livramos da vaidade que não nos deixa dizer “Tem razão”, é acordar quando você tosse por preocupação – e não pelo cof-cof -, é sentir um incômodo toda vez em que você gosta de algo acima do que posso gastar ou conseguir. O resto é coisa que morre se não regar, é flor que nada vale se não vier acompanhada por atitudes que a tornarão uma lembrança eterna.

    Se no passado eu tentei fugir e custei a enxergar a beleza da nossa união, hoje, sem dúvida alguma, eu afirmo: não há lugar no mundo em que eu me sinta tão bem quanto naquele em que você está, seja lá onde for. Saiba que está em meus planos e que darei meu melhor para continuar nos seus.

    Com, você, todo dia é um “feliz dia dos namorados”. Feliz por seu o seu.

     ass-ricardo


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