Tem sempre aquele cara que te faz bem, coloca um sorriso no seu rosto, te revira estômago e roupas de cama, mas que apesar da delicia da convivência, entra na sua vida e não fica. Bem, não culpe o moço, não faça vodu e tampouco jogue tinta no carro dele. Guarde essa mágoa novinha em folhas no bolso e leve consigo para olhar mais tarde, antes de dormir e para tentar aprender algo sobre si com ela.
É, eu to começando a acreditar que é justamente para isso que a gente vive quebrando a cara com o amor, para aprender a lidar com nós mesmos, para descobrir aqueles detalhezinhos que deixamos escapar numa primeira auto leitura. Parece que nada ensina tanto quanto decepção não é mesmo!? Bem, em se tratando de coração, acho que não é diferente. Afinal, a gente se conhece melhor quando tem que voltar os olhos para o lado de dentro, tentando catar alguma força para continuar de pé, olhando para a próxima quebrada de esquina da vida, torcendo que venha algo melhor nela.
Portanto, se ele sumir e te largar sozinha no metro, em pleno sábado de sol, ok. Desça na próxima estação e descubra uma nova rota. Ele cumpriu o papel exato que tinha para sua vida. Foi coadjuvante, ganhou até roteiro eu sei, mas o palco estava reservado, de verdade, apenas para o protagonista. Melhor assim, que ele tenha entrado em cena e voltado rapidinho para a coxia, sem tentar roubar um ato que não era dele.
Porque ruim mesmo é gastar tempo numa estrada que não te leva a lugar algum. É investir suor e saliva numa relação que foi feita para acabar, mas que você insiste em fazer dar certo, por pura teimosia. Bom é saber que as portas do futuro estão abertas e que você pode recomeçar, com muito mais experiência e até alguma sabedoria.
Então, eu agora lido assim: para os caras que entraram na minha rotina, só para em seguida evaporar dela, feito poça d´água em calor de quarenta graus, obrigada. Obrigada por terem me aberto os olhos sobre o quanto não éramos um para o outro, por me ajudarem a enxergar o quero eu quero dessa vida e como eu quero ela. Obrigada pelos beijos, pelo prazer, pelas conversas boas, pela risada, pelas cervejas divididas e por terem ficado, ao meu lado, exatamente até onde deveriam, por terem sido honestos e claros, por terem me falado muito com o silencio.
Vocês sumiram na hora certa, pararam de enviar mensagens no momento exato, me deixaram remando o barco sozinha, exatamente do jeitinho que deveriam ter feito. E eu nem estou falando apenas dos babacas. To falando de você também. Você que foi legal, inteligente, educado e deu elegantemente no pé, só para espalhar charme em outra freguesia. Obrigada de coração. Você me ensinou muito. E eu aprendi mais sobre mim do que sobre você.