• Não dizer o que sente é tão 1999
  • Não dizer o que sente é tão 1999


    Não dizer o que sente só indica que você leu a sessão inteira de autoajuda da Saraiva e passou três dias sem responder uma mensagem por capricho. Talvez você tenha assistidos às mesmas séries que eu, que me disseram que é importante pisar pra ele colar, que é mais forte quem gosta menos, que gente que corre atrás é dispensável.

    A gente deve ter tido as mesmas referências do dia a dia. Novelas da Globo, filmes de Hollywood, séries como Gossip Girl e qualquer outra coisa que tenha nos dado a sensação de poder momentânea sobre uma realidade que não é nossa. Até porque, cá entre nós, Blair Waldorf deveria ser um saco se existisse na vida real. Assim como Carrie Bradshaw é uma das pessoas mais mimadas emocionalmente que eu conheço. Que me desculpem os criadores da minha série preferida, mas verdade seja dita: ela era um caos.

    Enfim, não sei em que ponto isso tudo influenciou na sua decisão de manter seus sentimentos escondidos, mas eu queria te pedir uma coisa: tenta esquecer tudo que te ensinaram pra trás. Tudo, tudinho. Essa bosta não vale de nada. Sabe por quê? Porque você provavelmente já deve ter perdido alguém incrível só por ter tomado a decisão pífia de esconder dessa pessoa o que sentia. Talvez por medo de parecer fraco. Talvez por medo de estar indo rápido demais.

    Rápido demais.

    O que é ir rápido demais? Eu já me peguei pensando sobre isso várias vezes. A gente cria um monstro na cabeça nos dias de hoje, né? Ir devagar significa sair com uma pessoa por 3, 6, 9 meses ou até 1 ou 2 anos antes de dizer que vê futuro com ela? Rápido demais é ignorar o que sente em prol de uma etiqueta idiota que estipula períodos de tempo que ninguém entende muito bem por que existem, mas seguem.

    As pessoas vomitam minutos de sabedoria e, quando você vai ver a vida delas é um caos. “Façam o que eu digo, não façam o que eu faço”. Filosofia barata, sabe? Essa coisa de não dizer o que sente é tão 1999, século passado. É um papo de alimentar joguinho que vai te deixar mais longe ainda de ser feliz. Você tem ideia do quão difícil é encontrar alguém hoje em dia que não seja babaca e que mexa com a gente? Alguém especial? Pois é, difícil pra burro. E quando encontramos, o que fazemos? Nada. Ignoramos, esperamos 3 dias para responder uma mensagem e afastamos a outra pessoa por medo de parecermos “fáceis demais, disponíveis demais”.

    Ora bolas, qual é a merda do problema de parecer fácil demais? Minha filosofia de vida é: quero que o outro saiba que eu quero. Quero que isso continue, desde que tenha sido especial pra mim. E não quero perder a chance de conhecer melhor aquela pessoa e ir alimentando essa coisa bonita que eu sinto. Se a outra pessoa acha que isso é ir rápido demais, ela claramente não sente o mesmo que eu. Ela nem se interessa em me dar a chance de ir sentindo isso com o passar do tempo. Ou seja, não adiantaria nada mesmo que eu desse um espaço de 10 anos entre dizer ou não o que sinto, ele continuaria não me amando.

    Nós perdemos tempo demais com bobagens e dicas de autoajuda de como lidar com algo que pode se tornar amor e a verdade é que ninguém sabe. Nenhuma pessoa é igual à outra. A única coisa que você sabe é como o outra faz você se sentir. E se isso não for forte o bastante pra que você siga o coração, eu não sei o que pode ser maior. Porque um jogo de esconde-esconde definitivamente não é.

    daniel


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