• Porque toda  mulher goza, primeiramente, pela mente
  • Porque toda


    mulher goza, primeiramente, pela mente


    O sexo para a mulher, começa muito antes da cama e termina muito depois dela. Apesar de alguns homens estarem conscientes desse fato, poucos realmente o levam a sério. Mal sabem quantas oportunidades estão desperdiçando. Sempre conto esse segredo para os homens que atendo no meu consultório, inclusive me apoiando em depoimentos preciosos dados por mulheres com quem já conversei, como os abaixo:

    “Não foi o tamanho do pau dele que me impressionou, mas a maneira como de manhã ele tratou aquela senhora que mal conseguia atravessar a rua. Sua delicadeza me deixou super-excitada.”

     “Ele se esforçou como um guerreiro, até broxou, mas foi a dignidade de olhar nos meus olhos e dizer que estava ansioso por me deixar molhada que me cativou para ter mais sexo com ele.”

     “Quando ele colocou gentilmente minha cabeça sobre o braço dele sem me fazer correr dali como uma vagabunda eu soube que ele seria o pai dos meus filhos. E foi.”

    Não quero dizer que os corpos, as línguas, os toques e a força não contam para impressionar, mas a qualidade determinante está muito longe dos lençóis. A mulher goza, primeiramente, pela mente. É pela personalidade dele que elas se apaixonam. Pintos existem muitos, mas pessoas incomuns são raras. Ela até pode querer saborear uma foda incrível com um cara patético, mas entre essa rapidinha e o caráter de um aprendiz, ela prefere trabalhar em cima do valor que o principiante tem. E esse pequeno fator que faz a mente de uma mulher gozar é negligenciado pela maioria dos homens.

    A mulher transa com uma narrativa que vai sendo tecida para além do desejo sexual – ela não é fisgada pela potência genital do homem, mas pela sua capacidade de penetrar o mundo. Não é da broxada, da falência e do erro que ela foge, mas dá incapacidade de reagir, retomar e se soerguer. A possibilidade de poder viver uma jornada ao lado de um homem incrível, a excita mais do que bombadas dadas por um cara de pinto grande. É por isso que, na maioria das vezes em que uma mulher recusa o sexo, ela está procurando o algo mais naquele homem. É um desafio para que ele tire a venda que está em seu coração e a penetre com o corpo todo, não só com o penis.

    Ela se aborrece não pela ejaculação precoce, mas pelos olhos desconcentrados e a preocupação em parecer poderoso só para si mesmo. Ela fica seca com o egoísmo que a desconsidera como parte essencial do prazer do casal. Ela esfria quando ele tenta romper a meia luz envergonhada, por conta de uma dobrinha a mais, só para ver pornograficamente tudo as claras. Ela broxa se a mão dele está desatentamente gelada na hora do toque ou se ele nem se deu ao trabalho de aparar as unhas para masturbá-la. Não é com o tapa da bunda que ela se ofende, mas com a cegueira emocional de um homem tão autocentrado que nem a si mesmo enxerga. Degustar cada espaço, reparar no detalhe comum da dobra atrás do joelho, brincar com a água que espirra debaixo do chuveiro são êxtases silenciosos e superficialmente não sexuais. Para um olhar condicionado é apenas um ato comum.

    O que esfria a mulher é quando a cama é só cama, de madeira, molas, espuma, genitais e movimento. O que a incendeia, ainda que ela diga que também gosta de sexo impessoal, é perceber pelo brilho nos olhos dele, que ele a enxergou por trás da bunda grande ou das coxas torneadas.

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