• Aceita que dói menos: mulher assiste pornô sim
  • Aceita que dói menos: mulher assiste pornô sim


    Já passava das onze e o sono, como que por pirraça, não vinha. Eu acabara de decolar para uma viagem rápida com uma amiga, que também não parecia exatamente interessada em dormir – porque, para a nossa felicidade, nós somos notívagas.

    Você viu o link que te mandei no WhatsApp?

    Sim, eu tinha visto. O link em questão era de um vídeo de sexo amador (autorizado por todos os participantes, é bom esclarecer) que a minha amiga compartilhou comigo. A pergunta era um convite para mais uma de nossas conversas em noites de insônia. Cinco minutos depois eu já lhe contava – com a naturalidade que nossa liberdade íntima permite – que descobrira um novo site que ela certamente adoraria.

    Falávamos sem pudor e em um tom aceitável para as onze, mas, como se não pudesse se conter, uma senhora na poltrona à nossa frente voltou os olhos esbugalhados e horrorizados para nós duas, e nos encarou com uma expressão dura que mesclava espanto e repreensão.

    Em menos de três segundos ela voltou ao seu livro de bolso, com seus óculos pretos enormes, porque estava claro que ela não queria estabelecer contato: queria apenas que soubéssemos, em um olhar de menos de três segundos, que nosso diálogo lhe parecia inadequado.

    Eu e minha amiga trocamos um olhar cúmplice e tranquilo, quase risonho, e continuamos a conversa que, para nós, não representava nenhum tabu. Não passava, na verdade, de trivial.

    A moralidade daquela senhora não pôde aceitar o inevitável: eu vejo pornô. Eu vejo, minha melhor amiga vê, sua professora vê, sua irmã mais nova, talvez a sua mãe. Também vê a senhora à minha frente, com olhos esbugalhados – ou, no mínimo, já viu alguma vez na vida, mas – pobrezinha – não se sente no direito de confessar.

    Nós conduzimos nossas carreiras, dirigimos nossos carros, pagamos nossos impostos, passamos no supermercado e, no fim do dia, nós não queremos sempre um cafuné e um buquê de flores: às vezes, confessemos, a gente só quer gozar.

    O sexo casual, é claro, é uma opção, mas às vezes dá muito trabalho: algumas dezenas de mensagens, jantar, trocas de afinidades (por vezes, forjadas) e um monte dessas coisas que são até muito prazerosas, mas não quando o objetivo é só e unicamente o prazer.

    Porque, pasmem: mulheres também podem prezar pela praticidade em detrimento das historinhas pseudo-românticas que eventualmente precedem uma transa.

    Por isso é que a gente vê pornô, no conforto de nossas camas ou de nossos tapetes, no fim de um dia cansativo, simplesmente porque precisamos de uns minutinhos de prazer que relaxem o corpo e a mente e não atrapalhem a rotina – e, sim, é simples assim.

    Há muito não existimos apenas como belas musas: somos protagonistas do nosso próprio prazer, que pode ser – e é, muitas vezes – solitário. Nós compartilhamos nossos links preferidos com nossas amigas preferidas. Nós temos páginas com nossos filmes preferidos salvos nos bookmarks. Nós assinamos canais de conteúdo erótico. Nós conseguimos sentir prazer sozinhas.

    Lamento por quem se incomoda. É disso pra melhor. Aceita que dói menos.

    ass_nathmacedo

    Um dos problemas dos relacionamentos é cair na mesmice, e com o sexo não é diferente. É por isso que queremos incitar a ousadia, a criatividade e a reinvenção do e no sexo. Neste canal especial, CSV e Sexy Hot se unem para mostrar como todo lugar pode ser cama, toda plataforma pode ser TV, e todo o sexo pode ser novo.

    Se você é dos que acredita nisso, precisa conhecer o Pode Ser Aqui, o canal que prova que quanto mais a gente inventa assiste, mais o sexo se reinventa.

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