• A Invasão das Super Coxas –  Um Manifesto Pela Naturalidade
  • A Invasão das Super Coxas –


    Um Manifesto Pela Naturalidade


    Do meu primeiro amor platônico lembro do Keds branco e do estupendo par de coxas, claro que me recordo. Depois da Renatinha, por muitas outras me apaixonei. Já perdi a conta de quantas mulheres desejei desde minha hormonal adolescência até o ilustre dia de hoje. E o que muitas delas tinham em comum? Coxas apetitosas. Coxas combinam com tudo. Brilham muito em dias de sol e ornam perfeitamente bem com as gotículas de chuva. Ficam lindas quando se arrepiam de frio e mais belas ainda quando se tornam escorregadias, enquanto o quarto ferve e a cama range. Diria até que as coxas caem muito bem com goiabada, com molho branco, al pesto, com sushi e até com o insosso farelo de linhaça. Do frango assado, abro mão dos dois peitos, se puder fincar os dentes com gosto em uma só coxa suculenta. Enfim, acabo de ter uma ereção, só por digitar repetidamente a palavra coxa.

    Agora que os quatro cantos do mundo já sabem do meu vício por coxas, venho por meio desse texto sensibilizar outros também viciados em coxas ou mesmo vocês, mulheres, portadoras delas. Peço que me ajudem na preservação da modalidade de coxa feminina natural e que lutem comigo contra uma nova, mutante e exageradamente musculosa espécie de coxa, que está se multiplicando nas calçadas deste país tropical. Não estou aqui querendo padronizar as coxas femininas de acordo com meu gosto pessoal- até porque gosto e aceito as coxas grossas, as finas, as morenas, as com cor de palmito, as longilíneas, as brevilíneas, as com e sem celulite, as depiladas, as com pelinhos, as tatuadas, enfim, aprovo todas elas. Só não estou gostando desse estranho fenômeno que vem descaracterizando-as e transformando-as em troncos de sequoia, toras incapazes de entrar em calças jeans sem uma hiperdose de stretch.

    Entendo que gosto é gosto, mas sei também que coxa é coxa, e eu, como um purista do segmento “coxístico”, tenho que dizer: existe um limite natural estético que vem sendo ultrapassado. Se você ainda não percebeu esse fenômeno, basta entrar agora em qualquer site de fofocas e lá, em menos de um minuto, verá alguma celebridade ostentando um par de coxas desproporcional ao resto do corpo. Não estou falando de ciclistas ou jogadoras de futebol e, sim, daquelas mulheres que ditam os padrões estéticos e, infelizmente, fazem com que mulheres de coxas já lindas queiram muito mais volume “coxal” e, para obter isso, aceitem todo e qualquer tipo de empurrãozinho, lícito ou não.

    Não posso impedir nenhuma mulher de querer ter coxas de Conan, nem posso dizer que todos os homens pensam como eu e acham estranho ver uma mulher metade fêmea e metade Roberto Carlos – o jogador, não o “cara”. Mas posso deixar aqui minha opinião: não abra mão da sua saúde em prol de coxas com dois fusos horários. Não faça isso por nada, nem que seu sonho seja ser a próxima eleita do Belo. E mais: se você realmente quiser fazer parte desse crescente exército de corpos padronizados e coxas ao quadrado, nunca deixe de lado os exercícios capazes de desenvolver também seu cérebro. Entre uma série e outra de leg press, experimente usar seu tempo para ler um bom livro ou fazer qualquer coisa capaz de aumentar seu conteúdo. Quando o assunto é forma, fica difícil dizer qual é a preferência masculina, pois sei que existe gosto para todo e qualquer tipo de formato estético. Mas uma coisa eu posso afirmar aqui: se você busca relacionamentos mais sólidos, não apenas carnais e quer, além de olhares, atrair também corações e ouvidos, sugiro que não deixe nunca o músculo da inteligência atrofiar. Pessoas interessantes dificilmente ficarão satisfeitas apenas com um par de coxas e, por mais fortes que elas sejam, não haverá chave de coxa capaz de impedir que você seja trocada por um bom papo.


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