• Me deixa ser essa metamorfose ambulante
  • Me deixa ser essa metamorfose ambulante


    Eu não sei você, mas eu possuo várias facetas. E já começo falando assim, de forma direta, para que não haja mal entendido algum. Chato é ser o mesmo todo o dia e ser o mesmo pra sempre. Só se permite a mudança contínua quem é aberto à vida, quem esta disposto não somente a viver, mas a aprender. Não tem nada a ver com ser “duas caras” ou ter dupla personalidade. Pelo contrário, ser diferente a cada dia e ser a mesma na essência é árduo.

    Tenho deixado de ser quem era e me tornado quem sou. Obviedade? Clichê? Pode até ser, mas tenho me permitido isso. Seguir um padrão ou um só estilo é uma ideia que não me convence mais. É tipo quando alguém pergunta sobre sua música favorita e você não sabe dizer, e aí perguntam qual o seu gênero de música favorito e você também não sabe dizer, mas ainda sabe do que não gosta. Viver e mudar, mudar e viver é mais ou menos assim.

    Quando acordo, sou a preguiça na voz de Marcelo Camelo e Mallu, preguiça doce, que abre os olhos com calma pra saudar o novo dia, que pausa um segundo, ainda na cama, pra ouvir se tem barulho de chuva no telhado ou não. Pouco depois, já sou uma balada fácil e melódica, Jota Quest e Skank, que envolve e mantém o humor leve, pra acompanhar o horário da manhã. Ao meio dia, investiria em um solo do Santanna e, para manter o pique na tarde atarefada sem perder o embalo, abraçaria um mix do David Guetta.

    A vida segue ritmos, sons, momentos, vontades. Selecionamos a playlist que agrada aos ouvidos a cada tempo, selecionamos o que vestimos na segunda à tarde e sábado à noite. Ninguém precisa ouvir só um gênero musical pra ter personalidade (aliás, onde não há abertura para conhecer outros gêneros, desconfio que não haja muita personalidade). Importante lembrar também que, de vez em quando, é bom colocar numa estação de rádio e dançar na surpresa de uma seleção de músicas que você não escolheu, simplesmente tocaram. Não menos importante é desligar os sons ou até colocar os fones de ouvido e se entreter no seu universo.

    Genuíno é aquele que dança conforme a música, que não se incomoda com o volume da balada, que encontra paz no silêncio. Feliz é quem se permite, principalmente, a adaptação. Mudar conceitos, opiniões, visões, atitudes, olhares, sorrisos. Não é vergonha aprender mais sobre um assunto e mudar o pensamento. E que fique claro que mudar porque conheceu melhor é diferente de se contradizer – embora na nossa condição de ser humano, sejamos sempre contraditórios por natureza.

    Mudar de pares, fazer novos amigos, misturá-los com os antigos e nunca estar pronto, mas sempre em constante construção. Definitivo é algo muito forte pra te acompanhar, flexível é quase sinônimo de sabedoria. E, como o assunto por aqui é música, hoje eu fecho com Raul e toda a sua sabedoria: “Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”.

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