Hoje quando eu te encontrar eu não farei joguinhos com você. Eu vou te buscar, e não vou me fingir de desinteressado pra parecer que você ainda precisa me surpreender um pouco mais. Não. Eu perguntarei sobre o seu dia e, quando pararmos no sinal, eu vou te olhar e rir com as suas histórias. Não vou esconder o encanto com a sua expressão aflita contando as coisas do seu estágio. Não vou esconder, eu juro.
Hoje quando eu te encontrar eu não vou ficar cantarolando baixinho o John Mayer que toca no meu rádio, pra parecer pra você que sou do tipo romântico incurável. Mega truque barato. Eu vou usar o meu tempo pra te perceber. Se estiver linda, como sempre está, eu vou dizer, mesmo que te deixe envergonhada. Eu quero que veja que hoje não é sobre como me apresento, mas sobre como você me faz bem.
Eu não quero mais esse desapego. De passar por encontros pensando que estou sendo sensacional, de projetar uma imagem empolgante, sem perceber que é justamente isso que todo mundo faz. Que enquanto muitos parecem bons o suficiente, raro mesmo é ser bom de verdade.
Hoje quando eu te encontrar eu não vou te beijar com um beijo religiosamente programado após o brinde, ou quando for te deixar na porta da sua casa. Não vou esperar por essas janelas. Se eu te contar qualquer uma das minhas bizarrices, e você rir pra valer, a ponto de fazer aquelas covinhas, eu não resisto e te roubo um beijo ali mesmo – metade beijo, metade riso.
Então, esse, que é todo meu plano pra hoje, fala muito sobre mim. Preste atenção nas entrelinhas, porque ainda que eu passe desapercebido, o que realmente importa estará contido nelas. Afinal, hoje quando eu te encontrar, no mesmo momento, serei encontrado.
*postado originalmente em A Copy Of Me.