Seu organismo começa a ter preguiça de metabolizar todo tipo de comida, em especial as gostosas! Aquele MC Donalds de segunda te faz companhia até a sexta! Se não bastasse, a natureza sacaneia um pouco mais e aumenta seu apetite. Aumenta mesmo!
Andar num salto 15 já não faz mais sentido algum e o All Star, esquecido na gaveta desde o ensino médio, volta a fazer par com seu jeans confortável, da estação passada. Você passa a usar frequentemente a frase ”na minha época” e percebe que, de fato, as coisas mudaram desde a sua ”sua época”.
Histórias de desastres amorosos já não te soam tão românticas, você fica mais seletiva e, segundo sua mãe, corre o risco de ficar para ”titia”. Seu círculo de amizades nas redes sociais é enorme. Tem a galera da escola, da faculdade, do clube, das férias na praia, do barzinho da esquina, das viagens e até uns desconhecidos. Mas, seu círculo de amigos para um preguiçoso domingo de chuva, assistindo filme no sofá, se limita aos dedos da sua mão esquerda! E são esses que realmente valem…
Você quase nunca tem dinheiro e tempo juntos. Ou é um, ou o outro e isso faz a academia virar um plano, eterno, para o próximo mês. E como ”desgraça pouca é bobagem”, você já não consegue mais usar aquele micro-shorts jeans. Sua bunda simplesmente não aguenta os trancos da vida e decide descansar sobre suas pernas.
Depois dos 25 tudo fica mais apressado, mais estressante e importante. O tempo parece correr contra você e a vida, afoita de mais, te passa várias rasteiras. Mas, em contrapartida, você aprende a levantar com graça, recuperar, reorganizar, sossegar e esperar para ver. Agora, nessa altura do campeonato, você sabe exatamente o que não quer da vida, mas continua sem muita certeza sobre o que exatamente quer. Você aprende que ter grana, beleza e status contam muito para o mundo, mas que não deveriam contar.
Você descobre que não deveria ter perdido contato com algumas pessoas e faz o possível para retomá-los. Agora você abraça forte, sente o cheiro e guarda na memória. Afinal você já percebeu que aquele ”até logo”, muitas vezes é ”adeus”. Você segura o choro e aprende a fragmentar alegrias. Coleciona músicas, poemas e dias favoritos. Sabe em que restaurante ir e o que pedir.
Finalmente você é dona do próprio nariz e pode fazer o que der na telha, mas tudo o que você quer é, alguém que te diga o que exatamente fazer. Você sente saudade da sua mãe, da sua boneca-estrela, do seu cachorro, do primeiro dia de aula…. Aliás, depois dos 25 você passa a sentir saudade o tempo todo e entende que nostalgia e chocolate, sempre andam juntos.
Você dá risada sozinha, toma café sozinha e vê o sol se pôr sozinha… Mas isso não é ruim ou solitário. Essa é a fase da vida que você realmente entende o que significa dar valor às coisas pequenas e à própria companhia. Até porque, logo vão chegar os 30 e, por mais assustador que isso seja, são as miudezas que vão te preparar.
Depois dos 25 você não é mais a princesinha da família, a adolescente rebelde ou a romântica que acreditava apenas no lado bom da vida. Mas você continua tentando, seu corpo vai sendo mapeado por linhas de expressão, seu coração às vezes pesa, mas… você continua tentando, seguindo, indo… E você percebe que muita coisa começa, exatamente depois dos 25.