• Tudo o que a gente precisa é de menos
  • Tudo o que a gente precisa é de menos


    Você pode dizer que somos hippies de iphone, geração Nuttella, ou  até acusar nossa GoPro de “coisa de gente alienada e narcisista”. Assinamos nosso mea culpa e colocamos junto do passaporte, ansiosos por preencher as páginas com carimbos coloridos.

    Porque carro importado, casa com sistema de aquecimento no piso e decoração Feng Shui, são imagens lindas de morrer, concordamos. Mas aquela barraca aos pés de uma cordilheira, com uma fogueira acesa na frente e uma companhia boa, sãocoisas que aquecem o coração.

    Sabemos que um vestido Chanel com sapatos Gucci, são maravilhosos. Mas o que a gente quer mesmo é se vestir com o azul das águas do atlântico e viver com os pés na estrada. Afinal, de que adiantam sapatos que  só andam em círculos, dentro de salas atapetadas e não te levam a lugar algum?

    Não somos loucos solitários.  Alguns de nós até querem ter família, do tipo comercial de margarina, e uma vida confortável também. Cachorro, filhos, periquito…tá tudo lá, desenhado no nosso futuro. Mas queremos filhos livres, conscientes de que a natureza é nosso bem mais precioso e que o mundo é um quintal para brincar de cambalhotas.

    Queremos que nossos escritórios não nos aprisionem ou roubem as melhores partes da vida. Que as fronteiras e muros sejam substituídas por pontes. Que as segundas não nos assustem tanto. E que nossos queridos sejam amados da forma quemerecem.

    Nossos pais torcem o nariz, questionam e imploram para que “sosseguemos o traseiro”.  “Faz um concurso”, eles sugerem. “Assina a carteira”, eles imploram. “Poesia não enche barriga”, eles apelam. Compreendemos eles, mas temos noções diferentes de estabilidade e segurança. Até nos importamos com a previdência e o seguro de saúde. Mas sabemos que ambos não são garantias de uma velhice tranquila.

    Talvez estejamos confusos, tenho de admitir. Ou talvez sejamos apenas a outra ponta do iceberg e afundemos todos juntos. Mas a gente quer afundar com sorriso no rosto e uma mochila cheia de memórias boas, ao invés de coisas acumuladas. Queremos experiências próprias ao invés de propriedades. Porque somos a geração  que compreendeu o tanto de vida que tem lá fora, além da janela. E queremos viver ela.

    ass_loui (1)


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