• Ninguém tem o poder de invadir  um coração blindado
  • Ninguém tem o poder de invadir


    um coração blindado


    Acredito que os opostos se atraem, mas que só os dispostos se distraem tempo o suficiente para que o amor cresça e apareça entre mensagens de Whatsapp e encontros com hora marcada para acabar. E sem essa disposição, que podemos traduzir como vontade de ter uma conexão real com alguém, não há desejo unilateral que sobreviva.

    Mesmo que haja esforço, ninguém tem o superpoder de invadir um coração blindado, seja por mágoas do passado ou pelo simples e doloroso fato de não estar aberto a receber quem ele não deseja que ali faça morada.

    Mas ainda sim eu tentei e por muito tempo aceitei migalhas, achando que elas eram capazes de alimentar a paixão, até que virasse amor. Fui eu que fiz tudo o que pude, mais do que devia, menos do que gostaria e que por vezes me perdi no limite entre a determinação e a insistência.

    Fui eu que alimentei seu ego, falando o que você queria ouvir, te dando infinitamente mais do que recebia, por considerar que o sentimento que cabia entre meu peito e seu abraço era tudo o que eu precisava que você me desse para que eu fosse feliz. E por muito tempo continuei correndo rumo ao precipício, acreditando que nossa história era flor viva enquanto pra você ela sempre foi buquê: bela, mas sem chances de viver, por já ter nascido morta.

    Até dar de cara com a realidade, depois de me jogar em direção oposta a ela sem vislumbrar que há muito eu já não voava, apenas caia. E finalmente cair na real.

    De que não fui eu que fiz seu querer durar pra sempre. Que te tirou do Tinder e te inseriu em um novo mundo, com possibilidades que vão muito além de curtir ou passar para a esquerda.

    Não fui eu quem roubou uma blusa sua só pra poder se sentir mais perto de você, quando não estivesse na cidade. Não virei sua inspiração de declarações ou aspiração de dias melhores. Nem a protagonista dos seus devaneios sobre o futuro, cheios de sonhos e manhãs com cheiro de café fresco e gosto de felicidade.

    Nem ao menos fui a dona das suas mensagens de bom dia e, no fim de tudo, me tornei pra você aquilo que eu mais temia ser. Mais uma passageira entre tantas que também não ficaram. Que talvez tenha te proporcionado alegrias, mas que por algum motivo ou por algum segredo do destino, não significou mais do que isso.

    No fim não fui eu, não foi você e hoje nós não somos “nós”. E no capítulo que leva o nome mais falado pelos meus lábios, viramos apenas o passado de dois seres que continuam completamente sós.

    ass-denise


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