Em um mundo tão cheio de inveja, raiva e ciúme, tão cheio de sentimentos ruins e gente querendo te colocar para baixo, em um mundo como esse, amar e ser amado é um verdadeiro privilégio. E a forma como você escolhe viver esse amor é uma decisão sua, do seu parceiro/parceira e de mais ninguém. Se para você fidelidade tem mais a ver com respeito do que com ficar com outras pessoas, talvez você viva em uma relação aberta ou pelo menos já se pegou pensando nisso. Mas relações não-monogâmicas são mais complexas do que aquela imagem que você pode ter de um amor livre perfeito onde todos são felizes e ninguém se machuca com as ações do outro.
Em tempos de relacionamentos abertos, fechados, semiabertos, com frestinhas, escancarados, poliamor, entre tantos outros que eu provavelmente nem sei que existem, é preciso ter a consciência de que relacionamentos fora do “convencional” funcionam, mas não funcionam para qualquer um.
É preciso ter estômago e é preciso se sentir leve. Leve mesmo. Pra brincar com fogo você não pode ter medo de se queimar. Essa cartada a mais que você inseriu no seu relacionamento tem que estar fazendo você e o seu parceiro mais felizes e não contrário. Nunca o contrário.
Se você abriu o seu relacionamento porque está na moda, ou porque foi pressionado ou porque quer pagar de liberal, mas toda noite você se revira na cama sofrendo com essa situação, você deveria reavaliar suas escolhas. Ninguém entra em um relacionamento para sofrer. Os relacionamentos abertos que funcionam são aqueles em que as duas pessoas se sentem bem, em que a abertura melhora a relação delas. E nem todo mundo tem esse perfil.
Você tem? Que bom, que sorte a sua. Mas não se esqueça que um casal é feito de dois. É preciso respeitar a pessoa que está ao seu lado. Isso não é o tipo de coisa que se pode forçar goela abaixo de alguém. Tem gente que com o tempo muda de opinião, começa as ver as coisas diferentes e de repente se sente a vontade para testar novos limites. Mas existem pessoas que nunca vão conseguir mudar as regras do jogo que já conhecem tão bem. Saiba qual dessas duas é a pessoa que está com você e qualquer que seja a escolha dela, respeite isso.
Uma relação aberta é preciso ser acordada às claras. Relacionamento aberto sem que o outro saiba que está fazendo parte de um, chama-se traição.
Quer brincar desse jogo? Estabeleça as regras. Cada casal tem as suas, da maneira que funciona melhor para eles. É importante saber os limites dessa abertura e ter a consciência de que um relacionamento não-monogâmico não significa chutar o pau da barraca, agora vale tudo e salve-se quem puder. Você continua ligado aquela pessoa, você ainda está em um relacionamento onde respeito deve vir em primeiro lugar. Se o que você estava procurando era o oba-oba, você não deveria estar nesse relacionamento e nem em nenhum outro. Com ninguém. Há não ser que o que vocês dois buscam seja o oba-oba. esse caso, seja muito feliz e cuide muito bem dessa pessoa. Você encontrou um companheiro/companheira para a vida toda.
Se você não se identifica com nada disso, se para você amor é sinônimo exclusivo de dois, não se preocupe e não se sinta oprimido com as diferentes formas de amar que vão surgindo por aí. O seu ideal de amor está correto pois funciona para você. Mas o das outras pessoas também. Seja qual for a sua visão de amor, só se certifique de que é ela te faz bem e da vida dos outros, os outros cuidam.
