• Me ama, mas ama baixinho
  • Me ama, mas ama baixinho


    Eu quero resumir meu dia no espaço geométrico da nossa cama, te deixar bagunçar meu cabelo, ouvir você divagar sobre o clima e as banalidades rotineiras que nos sufocam, aquietar no teu abraço e esquecer do mundo na pressão do nosso beijo. E essa é a única pressão que quero.

    Porque o que me encanta em nós é a intimidade quieta, pacificamente conquistada, sem o alarde dos rótulos de um relacionamento. Nós não precisamos deles, só precisamos da cumplicidade dos nossos dedos enlaçados e dos olhos querendo adormecer, pousados um no outro, pouco antes de raiar o dia, afinal é isso e não uma mudança de “status” que me acalenta a alma.

    A gente se vira bem entre nossos travesseiros e lençóis desalinhados. Não tem porque sairmos por aí de mãos dadas, ou assumindo compromissos sociais, contanto que você me segure firme enquanto ama e mantenha sua mão em mim até o fim.

    Esquece as convenções que limitam o prazer da nossa parceria solitária, ou que insistem em roteirizar algo que deveria ser fluído e natural. Deixa que essas paredes sejam as únicas testemunhas do nosso bem querer.

    Fica aqui do meu lado mais um pouco, espera minha respiração acalmar e o suor do corpo secar. Me arrasta para aquela ducha e ri das minha gírias bobas enquanto eu enxáguo o xampu do seu cabelo. Enrola a toalha ao meu redor e me leva novamente para você, sem pressa.

    Vamos ficar assim, sossegados, ouvindo o silêncio ofegante um do outro, deixando a pele declarar tudo o que a boca não conta e calando qualquer tentativa ingênua de dar diagnóstico ao nosso desejo. Ele não tem nome e é assim que deve ser.

    Melhor desse jeitinho, despretensioso, sem planos ou grandes expectativas. A gente até pode dividir uma xícara de café pela manhã e eu adoraria jogar sua camiseta por cima do meu jeans surrado, na hora de voltar para casa. Mas sem a necessidade de noticiar aos quatro ventos o que deve ser só nosso.

    Vamos ignorar o senso comum ou os caminhos que ele sugere, deixemos apenas nosso amor se embalar sob noites desregradas. Espera que o meu corpo te fala tudo o que deve ser dito. Confia na segurança do nosso acordo mudo de não ter acordos, porque é só disso que precisamos por agora.Dessa música que está tocando na rádio mal sintonizada, de uma cama macia para nosso sono exausto e da nossa entrega apaixonada ao que de mais lindo pode existir entre nós dois, a intimidade do agora.

    loui


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