Por isso bebemos leite desde criança – agora, está comprovado que leite não é exatamente um alimento saudável; Por isso nos insistimos em escolher um par – agora, percebemos cada vez mais claramente que não precisamos estar romanticamente envolvidos para sermos felizes; Por isso estudamos e escolhemos uma profissão – agora, descobrimos que nossa inteligência não precisa necessariamente ser academicizada.
Isso significa que o famoso “caminho certo” é apenas mais uma mentira que inventaram para nos conter. A “coisa certa” é sempre aquela que nos torna convenientes para o outro e para o mundo, mas não necessariamente felizes.
Por mais bem-intencionados que sejam, os meus “conselheiros” jamais conseguiram me convencer, porque só a mim cabem as minhas escolhas. E daí se a arte não é capaz de me proporcionar uma vida confortável? Eu posso descobrir que pode sim (ou não). Eu posso descobrir qualquer coisa, aliás, desde que não me deixe conduzir por nenhuma verdade estabelecida. E daí se eu preciso ser sempre simpática, comer salada e correr pela manhã?
A verdade não tem um dono – aliás, receio que a verdade nem exista fora do nosso próprio mundo.
Eu não aceito verdades prontas: eu preciso descobrir as minhas próprias verdades. E por mais doloroso que seja esse processo, eu sei que, no final, serei recompensada com a sensação de ser exatamente quem sou. E ser quem sou é o único conselho que parece fazer sentido.