Oi! O tempo passou não é!? A gente sempre acha que ele não passa, vai vivendo de um jeito mais ou menos, sem prestar a atenção devida, até que, “bam”, cai na real. Então se dá conta que mais um dia encerrou, exatamente com o mesmo gosto do anterior. Completamente insosso.
Bate um desespero, uma vontade de jogar tudo para o alto, de deixar os sonhos guiarem e proibir a rotina de limitar os desejos. Mas parece difícil demais. Você está agora sentado, café na mão, olhando para o teto e pensando em quando foi que a vida ficou tão dolorosamente esmaecida. Bem, meu caro, lamento informar mas a culpa é quase que totalmente sua.
Você sabe que deveria ter se ouvido melhor, que poderia ter pensado menos nas encrencas diárias e aproveitado cada horinha preciosa do seu dia. Que deveria ter demorado mais naquele abraço, encerrado aquela discussão motivada por orgulho, ter dado mais as mãos e menos motivos para a solidão fazer festa no seu travesseiro.
Calma. Não descabela com essa lágrima salgada que pingou no sanduíche de pão preto, que todo mundo está comendo ultimamente e que você odeia. Eu sei que não parece, mas dá tempo de reorganizar as ideias, respirar fundo e ir viver com toda a plenitude possível. E por favor, dê-se o direito de apreciar aquele bolo de chocolate que tanto ama. A vida é curta pra pular a sobremesa.
Comece se livrando das bagagens pesadas. Se não usa, passa pra frente, deixa ir. Isso vale para aquele suéter e também para aquela mágoa, os quais você protege com naftalina, para o tempo não corroer. A roupa, doe. A tristeza remoída, jogue no vento e permita ele levar. Abra espaço para o novo. Deixa a prateleira do armário limpa e os braços abertos. Sempre tem coisa boa virando a esquina, não deixe ela passar batida, acenando afoita, por você.
Crie hábitos diferentes, além de bater ponto no escritório e na balada de luzes neon a qual sempre vai. Chame os amigos, a família, faça um jantar, sirva pizza marguerita e vinho. Ouça as pessoas ao redor, repare em como todos mudaram, amadureceram e em como é gratificante ainda tê-los perto.
Pule na água com roupa e tudo. Assista o sol se pondo, sentado em na areia, largue a câmera fotográfica um pouco e memorize os tons indecisos entre rosa ou laranja. Saia do emprego, ache algo que aprecie para fazer, mesmo que o salário seja menor, compense comprando menos coisas inúteis. More numa cidade grande e aproveite o agito que ela oferece. More numa cidade pequena e cumprimente os conhecidos pelo primeiro nome. Assista um show internacional, ainda que só. Sente na calçada ao lado de um músico de rua e o faça companhia. Viaje, até onde o dinheiro dá e até onde o coração pedir. Dance, como se ninguém pudesse ver. Viva, como se o hoje fosse tudo.