Me disseram que uma mulher precisa saber o jeito certo de segurar um homem e eu quase vomitei. De verdade. Porque sim, tem muita moça moderna que ainda acredita nisso, que brada a plenos pulmões seus joguinhos de conquista, suas artimanhas e seu esforço, bem sucedido ou não, para manter alguém aos seus pés calçados em saltos altíssimos.
Me perdoem mães, avós, amigas, tia da catequese e todas as outras propagadoras da máxima de que a fêmea precisa manter relacionamento e macho na linha, mas eu realmente estou sambando para suas teorias estampadas em vestidos de chita do século passado.
Eu não consigo prender firme um coque no meu cabelo, que tem personalidade própria, nem com todos os grampos da caixinha e me dizem para prender um cara ao meu lado. Tenho que além de cuidar das minhas vontades e neuras manter os olhos constantemente no cidadão? Tenho que interpretar o papel de sinhazinha de senzala e aprisioná-lo comigo até terminar, eu mesma, virando refém de um relacionamento sem troca, sem respeito e sem reciprocidade?
Não, não. O preço de tentar segurar alguém comigo sai caro demais e não tenho disposição para pagar. Hoje sou da opinião de deixar ir, se for, sofro, me entupo de sorvete e vinho de quinta, mas sobrevivo. Se por acaso ele voltar, faço as unhas e as malas e vou eu mesma. Não quero na minha estrada um cara que talvez pule do carro, em movimento, na próxima esquina. Se me quiser, senta e aprecia comigo a paisagem, do contrário, a porta meu querido, está mais que aberta.
Eu quero sossegar minha emoções na segurança do companheirismo, liberdade, amizade e cumplicidade, estes sim são bons pilares. E isso a gente só consegue mantendo a gaiola imaginária aberta. Eu não estou, com isso, falando para aceitar alguém sem caráter como companheiro. Estou apenas repetindo que ninguém prende ninguém, que ninguém fica por força e se acaso ficar, a alma acaba dando no pé e levando o amor junto.
Então, não tente segurar seu homem, segure a si mesma, com toda a redundância da frase. Agarre sua personalidade com força, não abra mãos dos seus sonhos, ou do que faz feliz, em essência. Segure entre os dedos aquela risada gostosa de quem tem muito de si para oferecer e encontre alguém que admire isso em você. Que queira isso de você e que fique pelo simples fato de não querer partir, porque ao seu lado está bom, e ponto.