Que os apreciadores de sexo fofinho me perdoem, mas, para mim, na hora H não há espaço para “eu te amo” nem para chuva de pétalas ao som de Julio Iglesias. Aliás, tem coisa mais fodedora de clima do que uma porção de bem-me-quer atirada sobre o edredom? Pior que tem, pensando bem… O quê? Frases como “Posso fazer um carinho bem gostosinho em sua pepequinha?” e “Baby, eu quero ficar dentro de você para sempre”. São verdadeiras Kryptonitas ao meu tesão, juro. Tanto que, só de escrever a respeito delas, já sinto meu pau retroceder como cabeça de tartaruga em dia de frente fria; entristecer como criança que, no Natal, ganha uma camisa polo listrada em vez de o tão aguardado videogame.
Além do mais, antes que alguém me chame erroneamente de “coração de gelo” ou algo do tipo, pergunto: quem disse que trepar, meter, foder, bater, cuspir, apanhar e lambuzar não são formas sinceras, dignas e efetivas de fazer amor? Pois podem ser, acredite. Principalmente quando a sua parceira, além de consenti-las (o que é imprescindível para que qualquer algo role), sente muito prazer devido a elas. Ou dar prazer não é um dos sinônimos de fazer amor? Opa se é!
Você não bate na bunda dela nem a chama de “cachorra” por ela ser sua esposa e mãe dos seus filhos? Acha que respeitá-la é nunca ir além do papai-e-mamãe com ela? Cuidado, irmão! Porque você pode estar confundindo as bolas, transando feito um príncipe da Disney porque não tem noção do quanto a sua esposa sonha em ser puta e porque ainda não entendeu que dar satisfação – seja por meio de um cafuné, seja por meio de uma mordida nas costas – é sempre uma forma de fazer amor.
Fazer amor é deixá-la à vontade para ser quem ela quiser na rua, na cama e no tapete da sala (por que não?), sem vergonha alguma de lhe confessar as taras e fetiches que a fariam gozar litros e, também, com que fosse julgada e muito malvista lá fora, por um bando de hipócritas que ainda não entendeu o que realmente é obsceno, e que proíbe mamilos enquanto autoriza guerras. E ser o cara que a surpreende com café da manhã na cama e que, em seguida, fode forte enquanto a puxa pelos cabelos, por mais antagônico e inviável que possa lhe parecer, é possível – e também pode ser muito excitante, vá por mim.
O lance é entender como continuar fazendo amor nas diversas situações de uma relação, saca? Você não vai chamá-la de “piranha” quando ela lhe contar que tomou uns chopes com a galera do trabalho. E se chamar, será um completo imbecil. Quando ela estiver de quatro para você, porém, e der indícios de que naquele momento quer ser jogada contra a própria moral sempre tão rígida, chamá-la de “piranha” pode ser até mais gostoso de ser ouvido do que o “eu te amo” que dirá depois de virarem os olhos, quando estiverem de conchinha e escolhendo um rango bem gorduroso num aplicativo qualquer. Compreende o meu ponto?
Transe como quiser; como achar que será mais gostoso pra sua parceira e pra você. Mesmo se for totalmente diferente de mim e gostar de sexo-querido-john-que-não-