Talvez um dos sentimentos mais frustrantes da vida seja o arrependimento. Aquela sensação de que você vai fatalmente, com o perdão da palavra, se f*der com aquela decisão lá no futuro. Acontece que esse é um sentimento necessário que faz parte do processo de amadurecimento pessoal de cada um. Naquele momento, especificamente, um amor não se encaixava na história dele(a). Um mês depois, várias águas rolaram e o contexto é diferente. Cada indivíduo tem o seu ritmo próprio e é direito do outro pagar pra ver.
Doa a quem doer essa sentença não está em nossas mãos. Em quantas situações nos pegamos pensando “mas, eu sei que ele vai se arrepender mais pra frente”, tantas outras questionamos o outro cara a cara e ouvimos um sonoro “sim, eu sei”. E, de fato, sabemos que o caminho é incerto, que escolher uma estrada envolve inevitavelmente deixar outra para trás, que possivelmente muitas travessias não têm volta, porém sair de cima do muro é mais do que essencial. É emocionalmente vital. Tudo se resume ao que você deseja intensamente naquele momento e por mais que seja difícil aceitar, muitas vezes não é a gente.
E digo mais: insistir, ameaçar, pressionar não resolve coisa alguma. Só colabora para a outra metade tomar birra e asco da nossa cara e aí sim não tem santo que ajude. Respeitar os limites de ambos é essencial para uma relação saudável e bem fundamentada. Acredite ou não, nem tudo tem a ver com o que a gente quer. Forçar a barra numa tentativa frustrada de provar para a pessoa que se gosta de que estar com você é a melhor alternativa, além de torturante é absolutamente inútil. Se é necessário se esforçar tanto para ser suficiente para alguém este caminho indiscutivelmente não serve para você.
Deixe que ele(a) ser arrependa. Faz parte da vida, das metamorfoses, de aprender a enxergar o que tantas vezes está evidente bem na nossa frente, mas não percebemos porque simplesmente ainda não descobrimos como abrir os olhos. É só errando que se acerta. Infelizmente, diversas oportunidades, pessoas, amores se perdem nessa trajetória de experiências. A gente se perde para que o outro possa se encontrar. Apesar de não parecer justo com nossas vontades, nada é por acaso. Alguma coisa você também precisava assimilar para que o caos das suas relações começasse a fazer sentido.
Ele(a) pode sim se arrepender e não tem nada de errado nisso. Se você ainda estiver disponível e achar justo tentar novamente que assim seja. Sem ego ferido, sem joguinhos, sem mimimi e dureza excessiva só porque não foi escolhida da última vez. Também está tudo bem em recomeçar. Não acredito em nenhuma porta fechada indefinidamente. Acredito em livre-arbítrio e no direito de se fazer o que o nosso coração bem entender.
Coisas melhores estão por vir, um passado totalmente renovado com total disposição para finalmente te fazer feliz ou um futuro novinho em folha. Se for do desejo de ambos que possamos deixar o vitimismo de lado e caminhar para frente sem remorsos. Se a fila andou vida que segue. De um jeito ou de outro se não é sorte é livramento. E como a gente lida com as nossas escolhas, ninguém definitivamente tem nada com isso.
